O governo Biden e a OTAN forneceram apoio suficiente à Ucrânia para levar adiante a promessa do presidente Volodymyr Zelensky de resistir à Rússia muito além da posse de Donald Trump, prevista para 20 de janeiro de 2025.
Segundo o instituto de pesquisa alemão Kiel, os EUA forneceram U$ 55 bilhões em armas e equipamento a Kiev desde fevereiro de 2022.
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Boa parte do dinheiro sai do Tesouro estadunidense e volta para as empresas do complexo industrial-militar baseado dos EUA.
Por exemplo, o sistema ATACMS, cujo uso contra território russo foi autorizado pelos Estados Unidos, é fabricado pela gigante Lockheed Martin. O custo de cada unidade é calculado em cerca de U$ 1,5 milhão.
Ontem, a Ucrânia teria "investido" U$ 9 milhões ao usar seis mísseis contra a região de Taganrog, de acordo com a versão oficial russa.
O aeroporto da cidade, que é banhada pelo mar de Azov, foi atingido. De acordo com Moscou, dois mísseis foram abatidos e os outros quatro teriam perdido o rumo por conta de interferência eletrônica.
A Rússia prometeu retaliar.
Petróleo e gás
Drones ucranianos também atingiram a infraestrutura de transporte de gás em Bryansk, a 400 km de Moscou.
A Ucrânia foi alertada pelos Estados Unidos de que Moscou pretende atacar em breve com nova barragem do míssil balístico intermediário Oreshnik, que segundo Vladimir Putin causa temperatura próxima de 4 mil graus ao desabar sobre o solo.
Zelensky crê em vitória ucraniana em 2025, contando com um guarda-chuva da OTAN depois de eventuais negociações para um cessar-fogo.
Para ajudá-lo, o governo Biden pretende ampliar as sanções ao petróleo e gás russos com o objetivo de sufocar a economia.
Antes da posse de Trump, o atual governo estadunidense trabalha em ritmo frenético para amarrar as mãos do futuro presidente.
Até o "colapso"
Assessores de Putin, por sua vez, falam em lutar até o "colapso" do inimigo.
Não há qualquer sinal no horizonte de que Trump será capaz de cumprir sua promessa de campanha de acabar com o conflito "em 24 horas".
Forças russas continuam avançando lentamente em seu objetivo de conquistar todo o território das províncias ucranianas de Lugansk, Donetsk, Zaporíjia e Kherson -- o objetivo militar é formar uma "ponte de terra" para conectar fortemente a Crimeia ao território russo.
Isso representa cerca de 20% do território ucraniano. Dá pouco mais que o tamanho do estado de Pernambuco.
O Instituto para o Estudo da Guerra, um lobby pró-Kiev baseado em Washington, calcula que a Rússia ganhou seis vezes mais terreno em 2024 do que no ano passado.
Moscou também vem reconquistando lentamente território que perdeu em sua região de Kursk, que a Ucrânia atacou com o objetivo de desviar tropas russas que estavam no leste.
O espião chefe de Putin, Sergei Naryshkin, disse recentemente:
A iniciativa estratégica em todas as áreas pertence a nós, estamos próximos de obter nossos objetivos militares, enquanto as forças armadas da Ucrânia estão próximas do colapso.
Declarações do gênero podem ser pura propaganda.
Não parecem ter desviado Washington e a OTAN -- ao menos antes da posse de Trump -- do objetivo de impor uma derrota contundente a Putin e ampliar a aliança militar do Ocidente incorporando a Ucrânia.