A primeira-dama Janja vestiu uma jaqueta que fez referência à causa palestina, quando acompanhou o presidente Lula às Nações Unidas na semana que passou.
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Abbas, porém, é um dos líderes mais impopulares no próprio território que governa.
Por força dos acordos que aceitou fazer com Israel, o aparato de segurança governado por ele é visto como colaboracionista.
A Autoridade Palestina tem como uma de suas obrigações evitar ataques terroristas a Israel, apesar da ocupação do território que supostamente governa pelo poder colonizador.
Da parte do Brasil, a condenação a Israel é retórica.
Acompanhando navios originários do Brasil, a ONG constatou como eles desligam o transponder antes de ancorar em portos de Israel e descarregar sua carga originária do pré-sal.
A ONG relacionou diretamente o petróleo brasileiro às refinarias que produzem o diesel e a gasolina que abastecem o Exército que promove o genocídio em Gaza.
A querosene de aviação vem dos Estados Unidos.
Não estamos sós
Diferentemente da África do Sul ou da Colômbia, o Brasil mantém relações diplomáticas e comerciais com Israel.
Mas, o Brasil não é o único país em que existe um divórcio entre o discurso e a prática.
Tanto que, ao discursar nas Nações Unidas, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu definiu Iraque, Síria e Irã como uma espécie de eixo do mal na defesa dos interesses palestinos, mas poupou a Jordânia, o Egito e a Arábia Saudita.
Pressionados por manifestações populares, os governos dos dois primeiros fazem pronunciamentos retóricos na mesma linha de Lula, mas cedem ao poder financeiro dos Estados Unidos, rejeitam o Irã e mantém relações com Israel.
A Arábia Saudita estava na fila para, dentro dos acordos de Abraão, patrocinados por Washington, normalizar relações com Tel Aviv -- e só não o fez até agora por conta da crise em Gaza.
Ao normalizar relações com o Irã e entrar para os BRICs, os sauditas caçam acordos comerciais mais vantajosos com a China, mas continuam sob tutela militar de Washington.
O Irã tateia entre seu apoio à causa palestina e compromissos internacionais que o impedem de declarar guerra a Israel.
Um dos motivos é a óbvia penetração dos serviços de inteligência de Israel tanto em Teerã quanto nos bastiões do Hezbollah no Líbano.
Já está claro que Tel Aviv dispõe de informantes e informações que poderiam causar sérios danos ao Irã em caso de guerra.
Jogando com o dissenso no mundo árabe e muçulmano, Israel tem tido sucesso em isolar de fato os palestinos de Gaza.
A eles resta o não desprezível apoio do movimento internacional dos que condenam, nas ruas, o genocídio do povo palestino.