ARSENAL

País testa míssil balístico intercontinental e acende alerta

A potência militar realizou teste nesta quarta-feira (25)

China faz teste de míssil balístico intercontinental.Créditos: Xinhua/Li Gang
Escrito en GLOBAL el

A China realizou, nesta quarta-feira (25), o teste de um míssil balístico intercontinental equipado com uma "ogiva fictícia" no Pacífico, conforme anunciado em nota pelo Ministério da Defesa chinês em um comunicado atípico, uma vez que o país não costuma divulgar seus lançamentos.

O ICBM, equipado com uma ogiva fictícia, foi lançado pela Força de Foguetes do Exército de Libertação Popular às 8h44, horário de Pequim. Segundo o Ministério da Defesa chinês, o míssil "caiu em áreas marítimas previstas" e o lançamento foi descrito como um "arranjo de rotina em nosso plano anual de treinamento".

No entanto, sem esclarecer as características desses mísseis, se teriam sido lançados por submarino ou de terra, a nota também não informa a respeito dos detalhes do local de realização e queda do aparelho.

Segundo um analista em entrevista à AFP, a China costuma realizar esses testes em seu próprio espaço aéreo. "Isso é extremamente incomum e provavelmente é a primeira vez em décadas que testemunhamos um teste desse tipo", disse Ankit Panda, Stanton Senior Fellow no Carnegie Endowment for International Peace.

De acordo com informações dispostas pelo Ministério, "este lançamento de míssil faz parte do programa anual de treino de rotina da Força de Foguetes e testou eficazmente o desempenho das armas e do equipamento, assim como o nível de formação das tropas, atingindo o objetivo desejado".

O Ministério da Defesa chinês ressalta ainda que "os países afetados" pelo lançamento, ou seja, aqueles que estão nas proximidades ou na trajetória do míssil, foram "informados antecipadamente".

Modernização

Encarregado de modernizar as forças chinesas, o Exército de Libertação Popular (PLA) é responsável atualmente pelos mísseis convencionais e nucleares do país. Esse desenvolvimento busca principalmente aprimorar as defesas antimísseis dos EUA, capacidades de vigilância e alianças fortalecidas.

Atualmente o país conta com mais de 500 ogivas nucleares operacionais em seu arsenal, das quais aproximadamente 350 são ICBMs. Segundo relatório do Pentágono, a expectativa é de que a China terá mais de 1.000 ogivas até 2030. 

Com um orçamento militar em constante crescimento, a China tem modernizado significativamente suas forças armadas nos últimos anos. Aliado ao crescimento econômico do país, o aumento do poderio militar é observado com preocupação não apenas pelos vizinhos asiáticos, mas pela ordem instituída pelos EUA.