O presidente Lula (PT) respondeu aos ataques que sofreu de Volodymyr Zelensky. Em discurso na ONU, o presidente da Ucrânia debochou e atacou as propostas de paz elaboradas pelos governos brasileiro e chinês.
“Que ele tem que defender a soberania, é obrigação dele. Que ele tem que ser contra a ocupação do território [ucraniano], é obrigação dele. O que ele não está conseguindo fazer é a paz. E o que nós estamos propondo não é fazer a paz por eles, é chamar a atenção para que eles levem em consideração que somente a paz vai garantir que a Ucrânia sobreviva enquanto país soberano e a Rússia sobreviva”, destacou.
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Em seguida, Lula afirmou que Zelensky não usa a inteligência para resolver o conflito armado com a Rússia.
“Ele [Zelensky], se fosse esperto, diria que a solução é diplomática, não militar. E isso depende da capacidade de sentar e conversar. Ouvir o contrário e tentar chegar a um acordo para que o povo ucraniano tenha sossego na vida”, disparou Lula.
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Zelensky baixa o nível e ataca Lula e o governo da China na ONU
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, discursou nesta quarta-feira (25) na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) e, de maneira sutil, criticou as propostas de paz do presidente Lula (PT) e também o governo da China.
Brasil e China se ofereceram para intermediar um processo de paz entre a Ucrânia e a Rússia, proposta rejeitada por Zelensky.
"Quando alguns propõem alternativas, planos de acordo pouco entusiasmados, isso não apenas ignora os interesses e o sofrimento dos ucranianos... não apenas ignora a realidade, mas também dá ao presidente russo, Vladimir Putin, o espaço político para continuar a guerra", declarou Zelensky.
Em seguida, o presidente da Ucrânia afirmou que Brasil e China "não aumentarão seus poderes às custas da Ucrânia".
Zelensky também reafirmou que não aceitará uma "paz imposta". "Nós, ucranianos, nunca aceitaremos isso. Nunca aceitaremos isso. Por que alguém no mundo acreditaria que um passado colonial tão brutal, que não tem continuidade hoje, poderia ser imposto agora na Ucrânia?", questionou.
Lula é ovacionado ao propor reforma da ONU
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva foi ovacionado na 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas ao defender uma ampla reforma da Carta da ONU.
O mandatário pleiteou a demanda histórica do Brasil de inclusão de países africanos e sul-americanos no Conselho de Segurança, entidade máxima da organização.
"Na fundação da ONU, éramos 51 países. Hoje somos 193. Várias nações, principalmente no continente africano, não tiveram voz sobre seus objetivos e funcionamentos. Inexiste equilíbrio de gênero nas mais altas funções. O cargo de secretário geral jamais foi ocupado por uma mulher", afirmou o presidente.
"Estamos chegando ao final do primeiro quarto do século XXI com a ONU cada vez mais esvaziadas e paralisadas. É hora de reagir com vigor", disse.
"Não bastam ajustes pontuais, precisamos contemplar uma ampla revisão da Carta. Sua reforma deve compreender os seguintes objetivos:
- a transformação do Conselho Econômico e Social no principal fórum para o tratamento do desenvolvimento sustentável e do combate à mudança climática com capacidade real de inspirar as instituições financeiras.
- a revitalização do papel da Assembleia Geral, inclusive em tema de paz e segurança internacionais.
- o fortalecimento da Comissão de Consolidação da Paz.
- a reforma do Conselho de Segurança com foco em sua composição, método de trabalho, direito de veto, de modo a torná-la mais eficaz e representativa das realidades contemporâneas.
"A exclusão da América Latina e da África de assentos permanentes no Conselho de Segurança é um eco inaceitável de práticas de dominação do passado colonial. Vamos promover essa discussão de forma transparente, em consulta no G77, no G20, nos BRICS, na CELAC, no CARICOM e tantos outros espaços que existem para discutir", continuou Lula.
"Não tem ilusões sobre a complexidade de uma reforma como essa que enfrentará interesses cristalizados de manutenção do status quo.Exigirá enorme esforço de negociação, mas essa é a nossa responsabilidade. Não podemos esperar por outra tragédia mundial, como a Segunda Grande Guerra, para só então construir sobre seus escombros uma nova governança global", completou o presidente, que foi ovacionado durante e ao fim do seu discurso.
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