Em um anúncio revolucionário feito neste domingo (22), o Primeiro-Ministro da Albânia, Edi Rama, revelou planos para criar um estado soberano para os muçulmanos Bektashi, uma ordem islâmica conhecida por seus princípios de tolerância e convivência.
Esta iniciativa visa estabelecer o que está sendo chamado de Estado Soberano da Ordem Bektashi, localizado na capital Tirana. O enclave proposto deve servir como um modelo para promover a harmonia religiosa em um mundo cada vez mais dividido.
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Durante um discurso na Organização das Nações Unidas, Rama enfatizou o compromisso de longa data da Albânia com a tolerância religiosa, citando exemplos históricos, como o abrigo a refugiados judeus durante a Segunda Guerra Mundial e a oferta de refúgio a afegãos fugindo do Talibã.
Ele argumentou que a criação deste novo estado é inspirada nos ensinamentos de Madre Teresa, talvez a mais famosa albanesa da história, que defendia o amor e a humanidade.
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O Primeiro-Ministro afirmou: "Devemos cuidar deste tesouro, que é a tolerância religiosa e que nunca devemos considerar garantido".
A Ordem Bektashi, que constitui aproximadamente 10% da população muçulmana da Albânia—cerca de 115.000 indivíduos—tem suas raízes no século XIII do Império Otomano.
Conhecida por sua abordagem inclusiva à espiritualidade, a ordem mistura elementos do islamismo sunita e xiita e historicamente tem sido aberta a outras religiões e filosofias.
A liderança Bektashi, chefiada pelo líder religioso Baba Mondi, expressou esperanças de que esta nova entidade seja reconhecida internacionalmente, afirmando: "Nós merecemos um estado... Somos os únicos no mundo que dizem a verdade sobre o Islã".
A República Bektashi vai ter 10 hectares, cerca de 0,1 km², quatro vezes menos do que o menor estado soberano do mundo, o Vaticano, que tem 0,44 km².