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Por soberania digital, essa potência vai gastar bilhões para impedir uso de VPNs

Mecanismo tem sido utilizado como uma forma de driblar decisões governamentais

Créditos: Wikimedia Commons
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Como parte de sua estratégia para alcançar soberania digital e militar, o governo da Rússia planeja investir, nos próximos cinco anos, 59 bilhões de rublos (cerca de R$ 3,6 bilhões) para bloquear o uso de VPNs (redes privadas virtuais), de acordo com informações da agência de comunicação russa Roskomnadzor. Esse investimento será destinado à compra de novos equipamentos e à modernização de hardware, com o objetivo de enfrentar o aumento do uso de VPNs no país.

As VPNs têm sido utilizadas como uma forma de contornar as decisões governamentais, funcionando como uma espécie de ‘máscara’ para endereços de IP do usuário e criptografando os dados para que se tornem ilegíveis por qualquer pessoa não autorizada a recebê-los. Com a modernização do sistema, as autoridades russas pretendem fortalecer sua capacidade de monitoramento de possíveis ataques informacionais, filtrando o tráfego digital.

Uso Controverso

Recentemente, no Brasil, o uso de VPNs também gerou controvérsia após a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) pela suspensão da rede social X/Twitter no país. Na ocasião, o ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, solicitou que o bloqueio fosse estendido à rede social de Elon Musk. No entanto, a restrição do uso de ferramentas de acesso por meio de redes privadas não prosperou, e Moraes recuou da decisão logo em seguida.

Após a decisão de Moraes de estender a solicitação de bloqueio a aplicativos de VPN, estabelecendo uma multa de R$ 50 mil para usuários que utilizassem esses aplicativos para acessar o X/Twitter, muitos especialistas, favoráveis à suspensão da rede social por descumprimento da lei brasileira, criticaram a medida como um ‘excesso’, reconhecendo a importância da ferramenta.

De acordo com especialistas em dados, as VPNs podem ser usadas para diversas finalidades, cumprindo um papel importante na proteção dos usuários. “Uma VPN permite que você navegue na internet sem que sites e empresas tenham acesso ao modo como você a utiliza. Assim, ela impede que uma empresa envie anúncios indesejados ou, pior, que alguém tenha acesso a dados pessoais sigilosos e/ou sensíveis”, afirma Isabela Fernandes, diretora executiva do Projeto Tor, um projeto de software livre.

Por outro lado, a confiabilidade das VPNs varia, uma vez que nem todas oferecem o mesmo nível de segurança. Provedores menos conhecidos podem ter práticas questionáveis em relação à privacidade dos usuários e à proteção de dados.

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