O Departamento de Energia dos Estados Unidos desconfia de que a recente sanção sobre a importação de urânio enriquecido da Rússia esteja sendo contornada pelo comércio com a China.
Em dezembro de 2023, como parte da estratégia norte-americana de enfraquecer o governo russo no conflito com a Ucrânia, os EUA baniram a importação de urânio enriquecido da indústria russa, de que hoje depende grande parte da indústria energética de base no mundo.
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A Rosatom, monopólio estatal da energia nuclear russa, detém cerca de 40% da capacidade global de enriquecimento de urânio, que é usado como combustível nuclear para reatores (essa forma de energia corresponde a 10% de toda a eletricidade mundial).
Com a decisão dos Estados Unidos, as importações desse produto se tornaram mais comuns pela China, que chegou a enviar cerca de 243 mil quilos de urânio aos EUA no mesmo mês da sanção, de acordo com a Comissão de Comércio Internacional norte-americana.
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Nos anos anteriores, a China não havia enviado nenhuma quantidade da commodity aos EUA, o que levantou suspeitas. O governo norte-americano agora desconfia de que as exportações de urânio da China sejam, na verdade, uma interceptação da compra desse produto da Rússia, que é então repassado aos mercados ocidentais.
De acordo com um representante do governo, "oficiais norte-americanos estão observando as importações da China e de outros países para garantir que não estão importando urânio russo como parte de um esquema", conforme noticiou a Reuters.
A sanção dos EUA é também uma estratégia para mitigar o cenário de dependência energética da Rússia nas cadeias de comércio global. O país agora tenta avançar seu próprio mercado de urânio — a administração de Biden liberou 2.72 bilhões de dólares em investimento na produção doméstica dessa commodity após banir o comércio com a Rússia. Quase 20% de toda a energia nos Estados Unidos é produzida por reatores nucleares.