O ex-presidente dos EUA e candidato Donald Trump discursou, nesta quinta-feira (19), em um evento direcionado para a comunidade judaica.
O extremista falava na Cúpula Nacional do Conselho Israelense-Americano em Washington, DC, quando decidiu culpar os judeus por uma eventual derrota.
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"Vou colocar do jeito mais simples e gentil que eu posso. Eu não fui tratado direito pelos eleitores judeus. Se eu não ganhar essa eleição, o povo judeu vai realmente ter muito a ver com isso", afirmou Trump, que se autodeclarou "o melhor presidente para Israel e para o povo judeu, de longe".
Atualmente, as pesquisas mostram Kamala na frente de Trump entre a comunidade judaica. Em Israel, por outro lado, Trump tem 58% do apoio enquanto Kamala não chega aos 25%, com 17% de indecisos, segundo pesquisa divulgada pelo Channel 12.
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Nos EUA, é exatamente o contrário: a extensa comunidade judaica do país deve votar em Kamala. Vale lembrar que boa parte Nova York e California, dois estados anti-Trump, possuem as duas maiores comunidades judaicas do país.
"O que me deixa mais chateado é que as pesquisas atuais mostram que estou com 40%. Isso significa que 60% vão votar em Kamala [Harris] ou em um democrata. Honestamente, vocês precisam ter a cabeça examinada. Esses votos podem ser necessários para nós vencermos", completou Trump, que prometeu deportar pessoas pró-Palestina para seus paises de origem e declarou que o cessar-fogo na Faixa de Gaza é uma "ideia estúpida".
A política sobre Israel de Trump é a de apoio total aos mais violentos setores do sionismo, sendo um inveterado defensor das causas israelenses.
O problema é que 41% dos judeus americanos, em 2021 - dois anos antes do genocídio em Gaza - , não tinham "nenhuma conexão emocional com Israel", segundo pesquisa Pew. Ou seja: apoio a Israel não é o único fator para os eleitores judeus, que, em uma boa parcela, não apoiam o Estado de Israel.