ORIENTE MÉDIO

Primeiro-ministro do Líbano afirma que país "está em guerra"; Israel intensifica ofensiva

Depois de atentados contra pagers e walkie-talkies, bombas convencionais caem sobre o Líbano

Exercício militar do Hezbollah em Aaramta, no Líbano, em 2023Créditos: Tasnim News Agency reporter (uncredited)
Escrito en GLOBAL el

O primeiro-ministro interino do Líbano Najib Mikati afirmou que o país "está em guerra". Na última segunda-feira (16), Israel oficializou que destruir o Hezbollah - que atua no sul do Líbano - era a próxima meta do conflito contínuo entre o sionismo e seus inimigos.

Na terça e na quarta, tivemos ataques contra pagers e walkie-talkies que feriram militantes do Hezbollah e civis. Cerca de 37 pessoas morreram, incluindo uma criança, e quase dez mil ficaram feridos.

Na madrugada desta quinta-feira (19), Israel bombardeou de maneira pesada a fronteira sul do Líbano, em uma das maiores ofensivas desde outubro, quando o grupo xiita libanês e Tel Aviv intensificaram trocas de agressões.

“Estamos em guerra, considerando o que o nosso povo no sul do Líbano tem vivido durante 11 meses”, sublinhou Najib Mikati, que condenou os ataques, afirmando que “não há palavras para expressar a brutalidade deste crime”, em referência às detonações de walkie-talkies e pagers operada pelo Mossad.

O chanceler do país, Abdallah Bou Habib, afirmou que fará de tudo para impedir uma invasão e uma guerra nas fronteiras libanesas. "É por isso que iremos ao Conselho de Segurança da ONU para acabar com isto. Somos contra a guerra no Líbano", disse ele. “O Governo do Líbano não quer a guerra e nem sequer quer que haja confrontos no sul do Líbano”, concluiu.

Simultaneamente, tropas israelenses se deslocaram do Negev e de Gaza para apoiar uma contenção contra o Hezbollah e, talvez, invadir o sul do Líbano por terra.

Nesta quinta-feira (19), o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, fará um pronunciamento televisionado sobre os recentes ataques de Israel ao grupo paramilitar. Aguarda-se, porém, entender se o tom de discurso será o de declaração de guerra ou de resignação.

O Irã apoia o Hezbollah e coordena ações com o grupo. Caso a retórica violente se intensifique, é possível que os iranianos entrem no conflito de maneira mais direta. Vale lembrar que Teerã prometeu uma resposta, ainda não dada, para as mortes do líder do Hamas em Teerã, Ismail Haninyeh, e para o atentado israelense contra a embaixada iraniana na Síria.

O Hezbollah possui mais de 100 mil soldados e algo entre 120 mil e 200 mil mísseis, segundo o próprio grupo. Este suprimento pode causar uma chuva de bombas nunca antes vista nos céus de Israel.

Enquanto o sionismo possui armas de alta capacidade e tecnologia, a resistência islâmica possui um arsenal de baixa qualidade e precisão, mas em grande quantidade. A guerra certamente será devastadora para ambos os lados.