Dmitry Peskov, porta-voz do governo russo, anunciou em uma audioconferência na segunda-feira (16) a intenção de expandir o número de militares do exército do país para 1.5 milhão, alegando como motivos "o número de ameaças existentes" e "o ambiente extremamente hostil" nas fronteiras do país.
Esse seria o terceiro aumento das forças militares russas desde 2022, quando teve início a invasão da Ucrânia. O chefe do parlamento russo, Andrei Kartapolov, afirmou que o plano é aumentar gradualmente o tamanho do exército para assegurar a defesa contra os avanços da OTAN.
Te podría interesar
A Finlândia, que faz fronteira com a Rússia ao leste, passou a integrar oficialmente o tratado militar do norte em 2023, ano em que fechou suas fronteiras com o país. Essa nova adesão quase dobrou a presença da OTAN nas fronteiras territoriais da Rússia, um sinal de ameaça para o Kremlin.
Desde 2022, mais de 300 mil soldados foram recrutados pelas forças militares, o que incentivou a fuga de homens em idade de serviço do país. A intenção do governo russo é continuar a estimular o voluntariado de cidadãos com discursos patrióticos, além de expandir os gastos do governo em recursos militares.
Te podría interesar
De acordo com o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI), o orçamento militar da Rússia passou de 75 a 84 bilhões de dólares entre 2022 e 2023, e os gastos estimados para 2024 são de $140 bilhões — o equivalente a 35% de todos os gastos do governo. Já os gastos chineses somariam $471 bilhões em estimativa para 2024, diz estudo.
Atualmente, o maior exército do mundo é o da China, com cerca de 2 milhões de soldados ativos. Com o aumento proposto das tropas de Putin, o exército russo passaria a ser o segundo maior do mundo, com 1.5 milhões de militares.
Mas "eles são realmente capazes de melhorar o orçamento de defesa para sustentar a aquisição?", questiona uma publicação no X de Dara Massicot, especialista em estudos militares do exército russo na Fundação Carnegie para a Paz Internacional.
Putin já teria avisado que ceder armas ocidentais à Ucrânia seria interpretado um envolvimento direto da OTAN, dos Estados Unidos e da Europa no conflito, o que "alteraria sua natureza", e ameaçou tomar as "medidas apropriadas".