INGLATERRA

Inglaterra: extrema direita motivada por fake news avança em marcha fascista nas ruas

Cenas horrorizantes foram registradas em dezenas de cidades ao redor do Reino Unido

Manifestante de extrema direita britânico em protesto em LeedsCréditos: Reuters/Folhapress
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Ao longo da última semana, cenas de violência generalizada têm se estendido ao redor de dezenas de cidades do Reino Unido. A extrema direita, motivada por fake news disseminadas nas redes sociais, tem organizado saques e atos de vandalismo ao redor do país.

As cenas de protestos violentos tem se espalhado ao redor do país e tem como foco atingir a comunidade muçulmana e os imigrantes que vivem no país. Um hotel que recebia refugiados que procuravam asilo no Reino Unido foi incendiado e diversos confrontos entre policiais, fascistas e movimentos antifascistas foram registrados nos últimos dias. Veja vídeos:

O que motivou os protestos?

A violência eclodiu após um esfaqueamento em massa em uma festa de dança com o tema Taylor Swift em 29 de julho de 2024, onde um suspeito de 17 anos, nascido na Grã-Bretanha, Axel Rudakubana, matou três crianças de seis a nove anos - Alice, Elise e Bebe - e feriu outras dez.

Nas redes sociais, em especial no X, foram divulgadas informações de que se tratava de um imigrante ilegal muçulmano. Rudakubana, na verdade, é um cidadão britânico, nascido em Cardiff, no País de Gales, de família cristã e filho de imigrantes legais ruandeses.

Os fascistas, derrotados nas últimas eleições, exploraram essa tragédia, espalhando desinformação que vinculava falsamente o ataque a questões de imigração.

Isso incitou protestos e tumultos, particularmente contra hotéis que abrigam solicitantes de asilo e em mesquitas.

A contraofensiva antifascista

Apesar das manifestações de extrema direita, a esquerda democrática tem ocupado as ruas junto de imigrantes para tentar manter os seus direitos e barrar a ofensiva fascista na Inglaterra.

Confrontos diretos ocorreram, com feridos em diversas cidades, e os fascistas parecem reduzir o tom de suas ameaças após intensa repressão policial e confrontos com os antifascistas;

A reação do establishment político

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, condenou a violência, rotulando-a como "banditismo de extrema-direita" e alertando os participantes de que eles "lamentariam" seu envolvimento.

Ele enfatizou que "não há justificativa" para tais ações e prometeu que os responsáveis enfrentarão a justiça. O governo de Starmer está sob pressão para restaurar a ordem, com discussões sobre aumentar os poderes policiais para lidar eficazmente com os distúrbios.

O Secretário do Interior do Reino Unido e outros oficiais também expressaram seu compromisso em enfrentar a violência, afirmando que o banditismo não será tolerado. Eles implementaram uma estratégia de "prender rápido", visando prender rapidamente aqueles envolvidos nos tumultos para deter novos distúrbios. Até o momento, mais de 100 fascistas foram presos.