No dia em que o bloco eleitoral de Edmundo Rodríguez Urrutia e Maria Corina Machado promete manifestações massivas em todas as cidades da Venezuela, o governo de Nicolás Maduro denuncia os pedidos de intervenção militar externa feitas por oposicionistas.
"Sou Venezuela, intervenção já" foi o mote usado em manifestações fora do país, disse Maduro, citando cartazes mostrados em Valencia, Espanha e San Diego, Estados Unidos.
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Os pedidos, segundo ele, estão sendo impulsionados nas redes sociais.
Diante de jornalistas locais e internacionais, no Palácio Miraflores, o presidente fez um balanço do que definiu como Golpe Cibernético, que teria sido tentado no final de semana das eleições, com apoio dos Estados Unidos.
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Na cronologia oficial, diante da possibilidade de derrota os golpistas tentaram sabotar o sistema elétrico e o sistema eleitoral. Na véspera do 28 de julho, já tinham o domínio na internet onde publicaram as atas de votação -- que segundo o governo representam apenas 31% do total e apresentam indícios de fraude.
Já na versão da oposição, os resultados do Conselho Nacional Eleitoral, que apontaram Maduro como reeleito, foram fraudados, resultando em ao menos 48 horas de protestos.
VIOLÊNCIA
Para o governo, no entanto, não foram protestos contra suposta fraude, mas tentativa de golpe.
Maduro fez um balanço da violência:
Segundo ele, foram atacadas 7 escolas/creche, 21 escolas de primeiro grau, 34 escolas de segundo grau, 12 universidades, 250 módulos policiais, 3 hospitais, 6 clínicas populares, 30 ambulatórios, 6 supermercados, 1 rádio comunitária, 1 farmácia, 1 centro de alta tecnologia, 11 estações de metrô, 38 ônibus, 1 trem, 27 monumentos e estátuas, 10 sedes do Partido Socialista Unido da Venezuela, 1 centro de tratamento de água, 1 quartel, 10 sedes do Conselho Nacional Eleitoral, o Ministério da Habitação, 2 sedes de prefeituras, 1 zoológico e 1 praça pública.
O presidente também falou em tentativas de atacar a sede central do CNE em Caracas e a sede do governo, o Palácio Miraflores.
Registrou a morte de dois soldados, ataques cibernéticos a 25 sites ligados ao governo e 5 mil ameaças que teriam sido feitas a líderes comunitários apoiadores de Maduro.
Na sexta-feira, 2, o Tribunal Superior de Justiça da Venezuela, equivalente local do STF, recebeu nove dos dez candidatos a presidente para iniciar a investigação das eleições de 28 de julho pedida por Maduro.
Edmundo González Urrutia foi o único que não compareceu.
O TSJ deu prazo de três dias para que o CNE apresente a documentação do pleito, inclusive as atas oficiais de todas as mesas de votação.
Pela contagem do CNE, Maduro tem 51,95% contra 43,18% de Edmundo, com 96% dos votos contabilizados.
Mesmo antes da investigação oficial, o secretário de Estado Antony Blinken proclamou Edmundo como candidato eleito, baseado na contagem paralela da oposição -- que dá 73% para o oposicionista mas não passou por nenhum processo de certificação.