Durante entrevista a jornalistas locais e estrangeiros no Palacio Miraflores, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro atacou as redes sociais por suposto envolvimento no que ele definiu como a "contra-revolução", que teria sido desatada pela oposição de extrema-direita no domingo das eleições presidenciais.
Maduro acusou as redes de permitirem a ampla divulgação de vídeos que causaram comoção social na Venezuela durante a eleição e nas horas subsequentes.
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Para dar exemplo das fake news, expôs uma postagem feita por um perfil no X que trazia a imagem de um jovem supostamente morto.
Às 8:45 da noite de segunda-feira, 29 de julho, o usuário Andrés Bello Ramírez, apoiador de Maria Corina Machado e Edmundo González Urrutia, publicou uma foto acompanhada da seguinte legenda:
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Voe alto “pimpina”, você ofereceu sua vida pela liberdade da nossa Venezuela. Não tomaremos mais sopa juntos, mas Deus iluminará o caminho para uma Venezuela livre! Você não era político, não tinha adversários, seu único propósito era um país melhor! Isso foi em Carapita Antimano.
Carapita e Antimano são duas estações de metrô em Caracas.
O autor da postagem é professor e se diz "crente em Deus sobre todas as coisas".
O "morto" teria oferecido a vida para livrar a Venezuela de Nicolás Maduro.
A postagem teve 6 mil compartilhamentos e foi vista por mais de 240 mil usuários.
O texto veio acompanhado de uma foto de um jovem com um aparente ferimento de bala na cabeça, recebendo atendimento de emergência de um civil.
O "morto", no entanto, foi localizado pela polícia. Ele está vivo. Numa entrevista exibida por Maduro, disse que foi pago para participar de uma armação.
Não foi a única.
Outra cena insólita foi a de um motoqueiro "morto" que reapareceu vivo.
O caso do motoqueiro está sendo investigado pelo procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab.
REUNIÃO EM WASHINGTON
Na entrevista, Nicolás Maduro acusou a oposição venezuelana de ter participado de uma reunião domingo, em Washington, com o ex-subsecretário de Defesa para o Hemisfério Ocidental, Daniel Erikson.
O presidente da Venezuela listou os presentes no encontro, dentre os quais Leopoldo Lopez e Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente em 2019.
Maduro disse que na reunião os opositores pediram novas medidas de bloqueio econômico à Venezuela e ação militar dos EUA para derrubar o governo em Caracas.