PARASITA, URSO E ABUSO

Herdeiro dos Kennedy pode colocar "esqueletos" no armário de Trump

Votos do independente podem ajudar em estados pêndulo

Dinastia.Tradicionalmente ligada ao Partido Democrata, a herança da família Kennedy pode acabar com Trump.Créditos: Reprodução Wikipedia
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A dinastia política da família Kennedy, que teve um presidente dos Estados Unidos, dois senadores, vários deputados e embaixadores, pode acabar de forma melancólica, associada ao republicano Donald Trump.

Historicamente, os Kennedy, força política da Nova Inglaterra, estiveram ligados ao progressismo do Partido Democrata.

É uma História marcada pela tragédia.

John F. Kennedy, o primeiro presidente católico dos EUA, foi assassinado em 22 de novembro de 1963. O irmão Robert, pré-candidato à Casa Branca, foi morto em 6 de junho de 1968.

Ted Kennedy, um senador bem sucedido, se envolveu no acidente que matou sua jovem assessora Mary Jo Kopechne, em 18 de julho de 1969. Ele só informou a polícia sobre o acidente algumas horas depois, supostamente porque estava bêbado. Em 1980, tentou se candidatar à Casa Branca, mas foi derrotado por Jimmy Carter nas primárias.

John F. Kennedy Jr., filho do presidente, morreu em acidente aéreo em 16 de julho de 1999. 

HERDEIRO CONTROVERSO

Robert Francis Kennedy Jr., filho do senador Robert, no entanto, se desgarrou da filiação da família ao Partido Democrata em 2023.

Advogado ambientalista, ele se tornou um dos mais importantes militantes anti-vacina dos Estados Unidos, sugerindo que elas são responsáveis, por exemplo, pelo aumento dos casos de autismo em crianças e alegando que o confinamento durante a pandemia de Covid serviu para transferir renda para empresas monopolistas.

Candidato independente à Casa Branca, Kennedy Jr. tem hoje cerca de 5% das intenções de votos em pesquisas nacionais.

Nas próximas horas, deve suspender sua campanha e anunciar apoio a Donald Trump -- que disse em entrevista contemplar dar a Kennedy Jr. um cargo no governo, se eleito.

O apoio de Kennedy Jr. tem o potencial de dar a Trump os votos decisivos em estados pêndulo como o Arizona, onde a democrata Kamala Harris aparece com pequena margem de vantagem.

ESQUELETOS NO ARMÁRIO

Além de sua postura anti-vacina, Kennedy Jr. atraiu atenção ao longo da campanha por revelações bizarras.

Ele atribuiu problemas de memória a um parasita que teria entrado em seu cérebro e morrido, provavelmente durante uma viagem à Índia.

Admitiu que foi ele quem jogou um bebê urso atropelado no Central Park, em Nova York, em 2014. Kennedy Jr. recolheu o animal, que morreu atropelado em uma estrada, pois pretendia comer a carne, mas acabou deixando o cadáver em seu automóvel.

Segundo ele, por falta de tempo e pressionado por uma viagem, acabou usando uma bicicleta para jogar o bicho no parque, o que virou um mistério nacional só agora solucionado.

Além disso, numa entrevista à revista Vanity Fair, uma mulher que cuidou dos filhos pequenos dele, Eliza Cooney, disse que foi agarrada por Kennedy Jr. dentro da casa do agora candidato, no final dos anos 90.

Eliza, então com 23 anos, recebeu agora uma mensagem com um pedido de desculpas de RFK Jr., que disse não se lembrar do episódio.

Ao lançar sua candidatura, aliás, ele disse que tinha tantos esqueletos no armário que, se eles votassem, poderia ser eleito rei do mundo.