Durante audiência no Senado Federal nesta quinta-feira (15), o assessor especial da Presidência da República para temas internacionais Celso Amorim afirmou que o governo Bolsonaro quase colocou o Brasil em uma guerra com a Venezuela em 2019.
O ex-chanceler e diplomata valorizou as relações de Brasília com Caracas, afirmando que a quebra de relações com o país pelo governo Bolsonaro não foi positivo.
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"A Venezuela foi o terceiro ou quarto maior mercado do Brasil em determinado momento, e ela caiu em um total de 90%", afirmou Amorim.
Porém, após o governo Bolsonaro, essas relações foram cortadas e, segundo Amorim, o Brasil perdeu sua influência sobre o país a partir deste momento.
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"O Brasil tinha muito poucas fontes de informação dele, e isso obviamente também reduziu muito a nossa capacidade de influência", afirmou o embaixador.
"Eu não vou entrar no mérito de certas ações, mas foi muito dramática, por exemplo, a participação do Brasil na chamada intervenção humanitária. Eu acho que foi um gesto muito dramático, e na minha opinião, eu tenho 60 anos aqui de diplomacia, nós chegamos muito perto de uma guerra, porque uma guerra, você nunca sabe como começa, e menos ainda como é que acaba", completou o diplomata.
Ele definiu que o Brasil deseja retomar suas relações com a Venezuela para benefício de sua posição no Brasil. "Nosso interesse é trazer a Venezuela de volta para a América do Sul, e com isso poder exercer alguma influência, porque à distância, com isolamento, não há influência possível", explicou o assessor de Lula.