TENSÃO

Venezuela: cartel revela planos secretos para assassinar Nicolas Maduro

Los Pachenca, grupo paramilitar colombiano, afirma que foi convocado a matar presidente venezuelano

Grupo paramilitar denunciou tentativa de golpe como esforço em negociações de paz do governo colombiano
Grupo paramilitar denunciou tentativa de golpe como esforço em negociações de paz do governo colombianoCréditos: Marcelo Camargo/Agencia Brasil
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Nesta sexta-feira (5), o grupo paramilitar Forças de Autodefesa Conquistadoras da Serra Nevada (ACSN) publicou em suas redes sociais que tem sido contatado por grupos de extrema direita para derrubar o presidente venezuelano Nicolás Maduro.

A milícia atua na região norte da Colômbia, que é fronteiriça com a Venezuela, mas não tinha, necessariamente, intenções políticas no país vizinho. Los Pachenca, como são conhecidos, atuam com narcotráfico e controlam a criminalidade na costa caribenha colombiana.

O grupo criminoso afirma que, após ser contatado pelos articuladores de extrema direita, foi instado a destacar mil paramilitares para derrubar o governo Maduro caso o socialista ganhe as eleições marcadas para 28 de julho.

Os paramilitares publicaram em nota no Twitter que "grupos do país vizinho procuraram a nossa influência para alterar o sistema democrático. Por isso decidimos tornar público através de comunicado no dia 5 de julho de 2024, que este é um acontecimento de grande importância para os dois territórios [Venezuela e Colômbia], cuja fronteira partilhamos sem qualquer interferência nos desígnios do país vizinho".

Paramilitares colombianos e a influência na Venezuela

A Colômbia sempre foi uma base de tensões para a Venezuela. O país, historicamente alinhado aos EUA, sempre atuou para tentar derrubar eventuais governos de esquerda venezuelanos e serviu de muita dor de cabeça para Chávez quando Bogotá estava sob comando do direitista Álvaro Uribe, no início dos anos 2000.

A fronteira entre Venezuela e Colômbia é um ponto de conflito e influência de diferentes grupos criminosos. Em 2004, foi revelado o caso Fazenda Daktari, quando 153 paramilitares colombianos foram presos pela Diretoria de Inteligência Policial da Venezuela (Disip), revelando um plano de assassinato contra o então presidente da Venezuela, comandante Hugo Chávez.

Em 2019, o golpista Juan Guaidó apareceu em uma foto junto de John Jairo Durán Contreras, conhecido como Menor, e Albeiro Lobo Quintero, o Brother, líderes da gangue Los Rastrojos.

Em 2020, o governo Maduro desbaratinou uma tentativa de golpe que, segundo o embaixador Samuel Moncada, teve participação das Forças de Autodefesa Conquistadoras da Serra Nevada (ACSN) junto de “uma complexa rede de conexões entre grupos paramilitares, serviços de inteligência colombianos e operações militares dos EUA”.

Lideranças do cartel têm sido instadas pelo governo colombiano a negociar a paz entre os grupos criminosos e o governo colombiano, haja vista que o país vive, há décadas, em situação de guerra civil completa.

A imprensa venezuelana nota que o grupo denunciou a tentativa de golpe contra Maduro como sinal de paz a Petro, de que estaria confiante na institucionalidade e na paz na região norte do continente.

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