A violência pós-eleitoral na Venezuela, que terá eleições no dia 18 de julho, desta vez não está sendo preparada pelos Estados Unidos, mas através da Embaixada da Argentina, denunciou o influente deputado Jorge Rodriguez, do PSUV, o partido de Nicolás Maduro.
Rodriguez, médico psiquiatra, é irmão da vice-presidente Delcy, foi ele mesmo vice-presidente e prefeito de Caracas.
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Em um discurso público, denunciou como envolvidos no esquema dois assessores próximos de Maria Corina Machado, que para todos os efeitos é a candidata da oposição com chances de vitória, embora o nome na cédula será o do ex-diplomata Edmundo González Urrutia.
Magali Meda e Humberto Villalobos, segundo Rodriguez, estariam organizando motoqueiros para provocar caos em postos eleitorais onde votam majoritariamente apoiadores de Maria Corina Machado.
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O bloco comandando por Corina foi o único que não assinou um documento prometendo receber pacificamente o resultado do pleito.
Nos últimos dias, segundo Rodriguez, a oposição já gritou fraude antecipadamente através de vários porta-vozes.
Rodriguez também acusou a oposição de seguir em sua campanha de sabotagem contra o governo, através de danos causados à ponte Angostura, um símbolo do país que atravessa o rio Orinoco, e da derrubada de uma torre de energia no estado de Guárico.
TROCA DE OFENSAS
Os presidentes Nicolás Maduro e Javier Milei já trocaram uma série de ofensas desde que o argentino foi eleito, no final de 2023.
Milei fez da Argentina um aliado carnal dos EUA na América do Sul.
Rodriguez não apresentou provas do envolvimento da Embaixada da Argentina.
A oposição, por sua vez, sustenta que o governo já violou os Acordos de Barbados, que levaram Maduro a aceitar uma nova eleição.
O Brasil teve participação importante nos Acordos.
A violação teria acontecido quando a Justiça da Venezuela inabilitou Corina para disputar a presidência.
Ela foi acusada de dar suporte ao "governo paralelo" de Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente e "governou" desde o Chile, tendo acesso a bens da Venezuela que os Estados Unidos congelaram.
Maduro acusa Guaidó e outros líderes da oposição de terem se locupletado com bens públicos, antes de o governo paralelo ser desmantelado.
Guaidó hoje vive no exílio nos Estados Unidos.
Corina Machado chegou a servir como integrante da Organização dos Estados Americanos (OEA), indicada numa vaga pertencente ao Panamá, que na prática é um estado associado dos EUA.
Por isso, perdeu seu cargo de deputada na Venezuela.
Ela e outros líderes da oposição tem denunciado boicote do governo à campanha, através do fechamento de estradas no interior.
Ainda assim, os comícios da oposição tem atraído multidões significativas.
Rodriguez, Maduro e aliados se referem aos líderes do oposição como patarucos, galos que não são bons de briga, submissos aos Estados Unidos.