Desde que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou os resultados oficiais da eleição presidencial, contestados pela oposição, ao menos oito estátuas foram derrubadas no país.
O diário Versão Final, do estado de Zulia, publicou imagens que recolheu nas redes sociais sem identificar as localidades onde os ataques aconteceram.
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Num dos casos, a cabeça metálica de uma escultura de Hugo Chávez foi arrastada por motoqueiros.
Uma das estátuas derrubadas estava na Praça Urdaneta, em Calabozo, uma cidade de 150 mil habitantes no estado de Guarico.
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Em Coro, estado de Falcón, a estátua de Chávez estava em uma avenida.
As imagens foram disseminadas nas redes sociais e receberam ampla cobertura da mídia.
Trata-se de uma imagem clássica na derrubada de governos.
Na Ucrânia, durante a chamada revolução Maidan, em 2014, a estátua de Lênin foi derrubada em Kharkiv.
No Iraque, depois da invasão dos Estados Unidos, a estátua de Saddam Hussein foi derrubada em Bagdá, numa cenografia que teve a ajuda de um guindaste providenciado pelo Exército dos Estados Unidos.
O ÍNDIGENA
Uma das imagens que mais circularam nas redes, no entanto, é a da derrubada da estátua do indígena Coromoto, em Guanare, no estado de Portuguesa.
O episódio foi mencionado pelo presidente Nicolás Maduro no discurso em que ele fez um balanço dos episódios violentos das últimas horas.
Dezenas de perfis reproduziram as imagens dizendo tratar-se de um "símbolo do chavismo".
O cacique Coromoto, no entanto, é mais um símbolo religioso. Ele teria testemunhado duas vezes a aparição da Nossa Senhora de Coromoto, que é a padroeira da Venezuela -- assim como Aparecida é a padroeira do Brasil.
Por conta disso, os indígenas de sua etnia teriam se rendido ao catolicismo.
Nas redes, ao reproduzir imagens e fotos do "feito", um perfil acrescentou: "Que façam suas malditas bruxarias lá", referindo-se à sede do governo de Portuguesa, para onde a estátua foi levada.
Outro, no entanto, observou: "Que tem um símbolo cultural do município a ver com a política?"