A Organização dos Estados Americanos afirmou nesta terça-feira (30) através de sua Secretaria de Fortalecimento da Democracia que não reconhece os resultados proclamados pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela.
O relatório da organização afirma que há "ilegalidades, vícios e más práticas que ocorreram durante este processo eleitoral em particular, mas que são recorrentes em processos eleitorais recentes na Venezuela".
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O documento recusa os resultados com base em fatos pré-eleitorais, afirmando que eles não são compatíveis com as pesquisas que davam vitórias massivas para Maria Corina Machado.
"O ocorrido demonstra, mais uma vez, que o CNE, suas autoridades e o sistema eleitoral venezuelano estão parcializados e servem ao Poder Executivo Nacional, e não à cidadania. O regime de Nicolás Maduro traiu novamente o povo venezuelano, declarando respeitar a vontade popular ao mesmo tempo em que faz todo o possível para manipular e desconsiderar essa vontade", afirma a nota da OEA.
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No X, a extrema direita já utiliza o documento para validar a rejeição das eleições e para fomentar o discurso de derrubada violenta do governo Maduro.
O papel da OEA em golpes
Em 2019, na Bolívia, a OEA participou do golpe contra o presidente Evo Morales. Em 20 de outubro daquele ano, Morales foi declarado vencedor das eleições, mas a OEA rapidamente levantou preocupações sobre a integridade dos resultados, alegando ter detectado "irregularidades" que justificavam uma investigação mais aprofundada. Depois, anunciou que era fraude. Meses depois, foi revelado que a análise de dados da organização era fraudulenta e errônea.
Em 2002, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA reconheceu o governo de Pedro Carmona, o golpista que tentou derrubar Chávez no fatidico coup d'etat de 11 de abril de 2002.
Durante a tentativa de tomada violenta do poder contra a Maduro em 2017, a OEA, sob a liderança do secretário-geral Luis Almagro, adotou uma postura mais confrontadora contra a administração de Maduro e tentou expulsar o país da organização. Posteriormente, colocou o golpista Juan Guaidó como representante oficial do país no órgão.