GOLPISMO

Milei transforma Argentina em porta-voz de golpe na Venezuela para esconder sua crise

A amiga de Milei, Maria Corina Machado, perdeu as eleições. E a inflação em Buenos Aires é quatro vezes maior do que em Caracas

Milei coordena ataques contra Maduro sem base para esconder dados econômicos frágeis da Argentina
Milei coordena ataques contra Maduro sem base para esconder dados econômicos frágeis da ArgentinaCréditos: Ricardo Stuckert/PR e Reprodução/Youtube
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Nicolás Maduro venceu as eleições presidenciais da Venezuela. É o que informou o único órgão capaz de aferir tais resultados, o Conselho Nacional Eleitoral, às 01h09 da madrugada desta segunda-feira (29).

Antes da divulgação dos resultados, Mauricio Macri - ex-presidente argentino e apoiador do atual governo -, Diana Mondino - chanceler de Buenos Aires -, Patricia Bullrich - ministra de Segurança - e Javier Milei - chefe de Estado -, afirmavam que Eduardo Urrutía e Maria Corina Machado eram os vencedores da eleição.

Quebraram todo o protocolo da diplomacia, intrometendo-se em assuntos internos venezuelanos sem quaisquer provas ou respaldo internacional, para fomentar a narrativa de golpe e fraude contra a esquerda e em favor da extremista Maria Corina Machado.

Ressaltando: Machado é membra-fundadora do Fórum de Madrid, organização do neofascismo global idealizada por Eduardo Bolsonaro e Javier Milei.

Milei clama pelo "golpe!" e tenta focar a atenção argentina em Caracas. O problema é que a economia venezuelana apresenta dados muito melhores que a argentina.

Caracas anda melhor que Buenos Aires

Além de apresentar crescimento de 30% em 2022, 5% em 2023 e projeção de 4,2% em 2024, sendo a segunda maior elevação do PIB do continente, a Venezuela conseguiu controlar sua inflação: foi de 1,5% no mês de abril. O desemprego segue alto, em 12%, mas caiu 1% em relação ao ano passado.

Em comparação, alta de preços foi registrada em 4,2% em Buenos Aires no mesmo mês. O PIB deve cair 5% em 2024. O desemprego cresceu 2% em um mês.

Milei enfrenta problemas com o agronegócio, com os governadores e com sua própria base, incluindo sua vice. A bolsa tem caído e o plano de "impressão zero" parece não agradar ninguém - nem seu amado mercado - para tentar controlar a inflação.

A escolha de Milei de ser porta-voz do mais nefasto entreguismo e golpismo é a simples criação de um espantalho - o chavismo - para esconder sua própria crise e incapacidade de gerenciar a Argentina.

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