Mesmo o New York Times, diário estadunidense que é porta-voz de Israel, destacou que a viagem de Benjamin Netanyahu aos EUA acontece em um momento "inoportuno".
O primeiro-ministro de extrema direita foi convidado pelo líder do Partido Republicano na Câmara, Mike Johnson, e por outros parlamentares. De acordo com o Tracker AIPAC, que monitora doações de nove grupos que fazem lobby pró-Israel nos EUA, Johnson recebeu U$ 485.549,00 em contribuições de campanha.
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Bibi vai se tornar o líder estrangeiro que mais vezes discursou a uma sessão conjunta do Congresso dos EUA: quatro, contra três de Winston Churchill.
Ela vai usar o cenário para reforçar sua posição política dentro de Israel, que é frágil.
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KAMALA, BIDEN E TRUMP
O promotor Karim Khan, do Tribunal Penal Internacional, pediu que sejam emitidos mandados de prisão contra Netanyahu, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, e três líderes do Hamas por crimes de guerra.
O Congresso americano agora ameaça punir o TPI.
O Parlamento de Israel, desgostoso com a agência das Nações Unidas para refugiados palestinos, a UNRWA, deve aprovar a denominação da entidade como "terrorista".
A UNRWA é quem organiza a sociedade civil palestina no exílio. Golpeá-la facilita os aparentes planos de Israel de avançar ainda mais sobre território alheio.
A agora candidata à Casa Branca, Kamala Harris, não vai participar da sessão do Congresso.
A vice-presidente, em função do cargo, preside as sessões conjuntas e, com a ausência, não vai sair na foto atrás de Bibi.
Porém, primeiro ministro deve se encontrar com Joe Biden, Kamala Harris e Donald Trump.
O encontro com Trump será amanhã, na mansão do candidato na Flórida.
Biden recebeu U$ 11.194,792 em dinheiro do lobby de Israel para suas campanhas políticas.
Kamala, U$ 5.395.227,00 (já contando a transferência para o nome dela de dinheiro doado a Biden-Harris).
Trump, U$ 1.000.593,00.
Só o American Israel Public Affairs Committee doou mais de U$ 17 milhões este ano para candidatos nos EUA. O grupo se orgulha:
100% dos candidatos aprovados pelo AIPAC ganharam suas disputas eleitorais até agora.
MULTIDÃO DO LADO DE FORA
Milhares de pessoas vão se reunir do lado de fora do Congresso para protestar contra a presença de Bibi.
Um número recorde de parlamentares deve se recusar a participar da sessão.
Bernie Sanders, por exemplo, escreveu que as políticas de Netanyahu "em Gaza e na Cisjordânia e a sua recusa em apoiar uma solução de dois Estados devem ser veementemente condenadas".
Definindo Bibi como "criminoso de guerra", o senador disse que não estará na sessão.
Sete grandes sindicatos do país pediram a Joe Biden que suspenda o envio de armas com as quais Israel segue praticando genocídio em Gaza.
Em 291 dias, foram mais de 39 mil mortos -- a maioria de idosos, mulheres e crianças.