O deputado John Garamendi, um dos parlamentares mais próximos de Joe Biden, disse que o presidente "com certeza" vai disputar a reeleição, depois do discurso de 92 minutos que Donald Trump fez no encerramento da Convenção Republicana.
"Ele ouviu o discurso e vai dizer 'sou muito melhor que isso'", disse o deputado à CNN.
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A chefe da campanha, Jen O’Malley Dillon, reafirmou numa entrevista na manhã desta sexta-feira: "O presidente está na disputa, ouvimos ele dizer isso repetidamente".
Logo depois da fala do republicano, ela afirmou: "Esta noite Donald Trump divagou por mais de uma hora e não mencionou o Projeto 2025 nem uma vez. Ele não mencionou como infligiu dor e crueldade às mulheres ao derrubar Roe v Wade. Ele não mencionou o seu plano de demolir o serviço público e de perdoar os golpistas de 6 de Janeiro".
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O Projeto 2025 foi produzido pela conservadora Fundação Heritage e, embora Trump tenha se afastado dele, tem íntima ligação com os formuladores do plano para uma Revolução Sem Sangue nos Estados Unidos.
Jen acrescentou uma frase:
Agora ele [Trump] persegue a presidência com uma visão ainda mais extrema de para onde quer levar este país.
Isolado em sua casa de Delaware, por causa da Covid, Biden está sob pressão de doadores e democratas para renunciar à candidatura.
Hoje, mais cinco deputados democratas pediram que ele desista, elevando o número para 25, ou 10% da bancada total no Congresso.
Lideranças importantes também colocaram em dúvida o possível sucesso de Biden na campanha, inclusive, de forma indireta, o ex-presidente Barack Obama.
Garamendi, em sua entrevista, analisou o discurso de Trump e disse que a intenção dele de cancelar completamente o Green New Deal, um programa federal de transição energética, não será aceito pelos eleitores.
Trump depende de uma significativa fatia de moderados para vencer em novembro.
O aliado de Biden apontou para várias fragilidades na fala do republicano que poderiam torná-lo vulnerável quando a campanha realmente começar, em setembro.
DINHEIRO GROSSO
Em maio deste ano, Trump promoveu um jantar em sua mansão da Flórida em que pediu U$ 1 bilhão em doações à indústria do petróleo.
Estavam presentes executivos da Exxon Mobil, Chevron, ConocoPhillips e Continental Resources, da produtora de gás natural EQT e da exportadora Cheniere Energy, além de lobistas do American Petroleum Institute.
Depois que a Rússia foi sancionada pelos Estados Unidos, os exportadores estadunidenses passaram a ocupar o mercado europeu de gás GLP, com preços mais elevados.
O pedido de financiamento de campanha de Trump se traduziu na promessa, feita ontem à noite, de autorizar todo e qualquer projeto de exploração de gás e petróleo nos EUA, além de acabar com incentivos para os veículos elétricos.
Trump sugeriu que eles são muito mais caros e prejudicam a tradicional indústria automobilística.
Também no caso de Joe Biden, o dinheiro dos doadores pode ser decisivo para a permanência ou não no páreo.
De acordo com o New York Times, as doações de campanha de até U$ 1 milhão estão secando e a arrecadação do democrata deve fechar com U$ 25 milhões em julho, metade do que os democratas esperavam.