Nesta quinta-feira (6), a presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento Dilma Rousseff e o presidente da Rússia Vladimir Putin se encontraram no Fórum Econômico de São Petesburgo.
Durante, o encontro, Dilma e Putin trocaram afagos. "Este ano, o banco [dos Brics] conseguiu fazer muita coisa sob sua liderança. Pela primeira vez, ele mostrou um lucro líquido significativo e está essencialmente se recuperando", disse o chefe do Kremlin à ex-presidente do Brasil.
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"Estou muito feliz, é uma grande honra para mim estar aqui novamente", disse Rousseff. "Agradeço de todo o coração por me receber aqui. Acredito que agora é um momento importante enquanto a Rússia preside o Brics", completou.
Mais que um encontro formal
A troca de elogios entre Dilma e Putin não é mera cordialidade. A realidade é que a ex-presidente Dilma tem avançado nas políticas de desdolarização do Brics, o que tem agradado muito Vladimir Putin.
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Desde o início do conflito na Ucrânia, o Kremlin precisa de uma desdolarização da economia global para fortalecer sua economia e de seus aliados - Irã, Coreia do Norte, Síria, Cuba e Venezuela -, que precisam fugir das sanções americanas.
A celeridade de Dilma para aceleração desse processo, também apoiado pela China, agrada Putin. Mas não só ele. Todos os outros países que desejam entrar no Brics entendem que a desdolarização pode ser uma alternativa para escapar das pressões econômicas dos EUA.
Abandonar o dólar pode ser uma estratégia segura para desacoplar a economia dos países emergentes dos EUA e reduzir a dependência de Washington. Isso, claro, não agrada os americanos.
Ao assumir o cargo, em abril do ano passado, Dilma já havia anunciado que 30% dos empréstimos do NDB seriam feitos em moedas locais.
No mês passado, Irã e Rússia anunciaram que estavam trabalhando junto com o NDB na criação de uma moeda comum para transação entre membros do bloco, que agora conta com novos parceiros.
A equipe econômica do ex-presidente e favorito nas eleições dos Estados Unidos, Donald Trump, já avalia formas de sanções econômicas para países que buscam reduzir a dependência do dólar em transações globais, como propõem os membros do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Trump já expressou sua oposição à desdolarização, afirmando que "o dólar é a moeda mais forte do mundo" e que abandoná-lo seria como "perder uma guerra".