Os Estados Unidos despertaram nesta sexta-feira (28) com os editoriais dos seus principais jornais concordando acerca do primeiro debate presidencial, ocorrido na noite de quinta-feira (27), entre Joe Biden e Donald Trump. The New York Times, The Wall Street Journal, Financial Times e The Economist compartilharam da análise de que o democrata não terá capacidade para vencer as eleições e pediram que o atual presidente abdique de concorrer a mais 4 anos na Casa Branca.
É consenso entre as publicações que um novo mandato do problemático republicano, que também é um dos principais nomes internacionais da extrema direita, representaria uma séria ameaça à democracia dos EUA. Entre outras coisas, foram os apoiadores de Trump que invadiram o Capitólio de Washington em 6 de janeiro de 2021, num episódio que guarda relações com o nosso 8 de janeiro.
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A avaliação dos jornalões vem no dia seguinte ao primeiro debate presidencial, em que Biden, aos 81 anos, foi engolido pelo problemático adversário. O confronto confirmou o temor que muitos democratas tinham com relação a Joe Biden: o ex-presidente teve um desempenho considerado desastroso e pode ter colocado em xeque sua candidatura. Rouco e apresentando confusão mental para desenvolver ideias, além de dificuldade para encontrar palavras e elaborar frases, o atual presidente dos EUA não conseguiu se impor diante das mentiras e agressões de Trump.
“O presidente precisava convencer o público americano de que estava à altura das enormes exigências do cargo que pretendo ocupar por mais um mandato. No entanto, não se pode esperar que os eleitores ignorem o que era evidente: Biden não é o homem que era há quatro anos. Biden disse que é o candidato com melhores chances de enfrentar esta ameaça de tirania e derrotá-la. O seu argumento baseia-se em grande parte no fato de ter derrotado Trump em 2020, mas isso já não é mais razão suficiente para que ele seja candidato este ano”, escreveu o The New York Times.
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As eleições serão em novembro e as pesquisas apontam Trump na dianteira. Para o The Wall Street Journal, “os democratas não podem escapar do problema Biden”, conforme diz o título do editorial. O jornal aponta que não foi o único a questionar a candidatura de Biden e a qualificou como um “ato de egoísmo” do democrata. “Será que pensaram em esconder seu declínio do público durante toda uma campanha eleitoral?”, questiona o texto.
O The Economist é mais incisivo: “Após o debate, Joe Biden deveria desistir da candidatura”, diz o título do editorial. A avaliação acerca do debate e do estado de Biden é semelhante aos dos demais jornais. De diferente, a publicação sugere a substituição do atual presidente por uma candidatura alternativa.
Por fim, o Financial Times classificou as eleições desse ano como um “momento alarmante para a democracia dos EUA”. Na linha fina, aponta que Biden não parece estar capacidade para concluir sua missão, que é manter Trump longe de Washington.
“Ele derrotou Trump em 2020 e exerceu uma presidência que impulsionou algumas das medidas legislativas mais importantes dos últimos tempos. Mas agora parece demasiado frágil e os debates podem influenciar o voto”, escreveu o jornal.
Outros meios de comunicação, como a famosa Revista Time, também compartilharam da mesma análise e da mesma preocupação. Biden, no entanto, declarou durante comício na Carolina do Norte, nesta sexta-feira (28), que pretende prosseguir com sua candidatura e não comentou os editoriais.