"JOVEM SENHORA"

Pastor que aconselhou Trump renuncia ao admitir caso com menina

Robert Morris conseguiu enganar a muitos por muito tempo

Criminoso.O pastor com Trump num evento e a "jovem senhora".Créditos: Casa Branca e arquivo pessoal
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O pastor evangélico Robert Morris, que fez parte do conselho consultivo espiritual de Donald Trump durante a campanha de 2016 e na Casa Branca, foi forçado a renunciar a seu cargo na igreja Gateway, do Texas, depois que sua acusadora fez uma denúncia pública e pediu para ser identificada como vítima de abuso sexual.

Morris sobreviveu no cargo durante muitos anos depois de várias manobras, alegando que havia se arrependido e pedido perdão à família da pessoa que identificava como "jovem senhora", com a qual, na versão dele, houve apenas troca de beijos e abraços.

Cindy Clemishire, no entanto, pediu para ser identificada ao dar depoimento a uma página que se dedica a investigar abuso sexual em igrejas evangélicas.

Ela contou que conheceu o pastor aos 11 anos de idade. Ele tinha 20 e viajava com a esposa. A família de Cindy estreitou relações com o casal.

NA NOITE DE NATAL, COM PIJAMAS COR DE ROSA

Na noite de Natal de 1982, a menina, então com 12 anos de idade, foi convidada para ir ao quarto de hóspedes de sua própria casa, onde encontrou Morris sozinho. Ela vestia pijamas cor de rosa.

Na descrição dada pelo entrevistador:

Ele disse a ela para se deitar de costas e tocou sua barriga. Ele disse a ela para fechar os olhos. Então ele tocou seus seios e apalpou sob sua calcinha. Ele a avisou: "Nunca conte a ninguém sobre isso porque vai estragar tudo".

O abuso, de acordo com Cindy, durou pelos próximos quatro anos e meio.

As duas famílias eventualmente souberam do que se passava, motivo pelo qual o pastor pediu perdão e se afastou da congregação. Mas, foi temporário.

A família de Cindy hoje alega que jamais esperava que ele voltasse a pregar.

Eventualmente, o pastor arrebanhou milhares de seguidores no Texas, montou programas de rádio e TV e ajudou a construir a igreja que, em 2023, estava entre as dez maiores do ranking.

Por causa de seu sucesso, Morris foi convidado a integrar o conselho consultivo espiritual de Donald Trump durante a campanha de 2016 -- e participou de um evento no Texas que permitiu ao republicano angariar votos de evangélicos que garantiram sua vitória no estado.

Embora o comportamento de Morris tenha sido criminoso, ele está livre de eventual acusação por causa da prescrição.

A igreja dele segue os ditames da chamada Palavra da Fé, segundo a qual os cristãos podem alcançar poder e prosperidade financeira através de orações.