Uma multidão toma as ruas de La Paz, capital da Bolívia, na noite desta quarta-feira (26), para festejar a vitória da democracia boliviana contra a tentativa de golpe de Estado protagonizada pelo general Juan José Zúñiga. A população ocupa a Praça Murillo, onde estão as sedes dos poderes Executivo e Legislativo do país, e demonstram apoio ao presidente Luis Arce (MAS).
A mobilização popular já tinha sido convocada pelos sindicatos e movimentos sociais durante a tarde, com o objetivo de acudir o governo que àquela altura lidava com a invasão do Palácio Quemado pelas tropas de Zúñiga. Dentro do palácio, Arce foi incisivo. Ordenou que o general deveria retornar aos quarteis com suas tropas e venceu a queda de braço.
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Momentos depois viralizavam imagens da população expulsando os militares das ruas com paus, pedras e rojões. Zúñiga acabou preso e Arce trocou os comandantes das Forças Armadas bolivianas.
Vencido o golpe, o ex-presidente Evo Morales, principal liderança oriunda dos movimentos sociais bolivianos [Arce é economista e ex-ministro de Morales], pediu a suspensão das mobilizações populares. “Depois da retirada de um pequeno grupo de tropas militares que se encontravam na Praça Murillo e haver sido restabelecida a calma na sede de governo, suspendemos as mobilizações convocadas”, escreveu nas redes sociais.
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Mas a população não deu ouvidos e permaneceu nas ruas. Para além de uma história política repleta de golpes de Estado até os anos 70, a Bolívia viveu recentemente um golpe em 2019, quando Evo Morales foi deposto por um levante das polícias que contou com apoio do Exército e colocou Jeanine Áñez, então presidente do parlamento, na Presidência. O que se seguiu foi o desmonte do Estado Plurinacional em paralelo com a pandemia de Covid-19o , que só foi freado por conta de fortes mobilizações sociais e populares que exigiram novas eleições em 2020.