Nesta quarta-feira (26), o governo da Bolívia foi alvo de uma tentativa de golpe de Estado organizado pelo general Juan José Zúñiga. No entanto, o presidente Luis Arce não se dobrou ao golpismo, demitiu toda a alta cúpula das Forças Armadas e derrotou os golpistas, que foram escorraçados pela população.
Além disso, líderes do mundo todo logo reagiram e declararam apoio incondicional ao governo socialista de Luis Arce, que foi eleito de maneira democrática.
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Porém, o deputado Ricardo Salles (PL-SP), que foi ministro do Meio Ambiente do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-22) e que ganhou fama com a infame frase de "deixar passar a boiada" no que diz respeito aos cuidados ambientais durante a pandemia, comemorou a tentativa de golpe na Bolívia e ainda insinuou que falta coragem aos militares brasileiros para fazerem o mesmo.
Ricardo Salles escreveu o seguinte: "En Bolivia las melancias tienen cojones". Em português: "Na Bolívia as melancias têm coragem". Os símbolos usados pelo deputado fazem parte de um deboche do dialeto bolsonarista: as melancias são os militares: verde por fora (patriotas) e vermelhos por dentro (comunistas).
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A declaração de Ricardo Salles causou revolta e uma série de reações. Confira algumas abaixo:
"Golpe na Bolívia fracassou", diz embaixador do Brasil na Bolívia
O embaixador do Brasil na Bolívia, Henrique Sobreira, declarou em entrevista à Globo News que a tentativa de golpe no país "fracassou".
Na tarde desta quarta-feira (26), o general Zuniga liderou uma tentativa de golpe de Estado e mobilizou tanques para cercar o palácio presidencial na Bolívia. O militar chegou a decretar a deposição do governo em coletiva de imprensa, mas fracassou, as tropas foram desmobilizadas e o paradeiro dele é desconhecido.
Por meio de suas redes sociais, o ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou que o general Zuniga, que liderou a tentativa de golpe, deve ser preso.
"Além da mudança do Alto Comando Militar, deve ser imediatamente iniciado um processo criminal com a demissão do General Zúñiga e dos seus cúmplices, em cumprimento da Constituição Política do Estado e da Lei Orgânica das Forças Armadas", declarou Morales.
Troca do comando das Forças Armadas
Diante da tentativa de golpe, o presidente da Bolívia, Luis Arce, trocou o comando da alta cúpula militar. O chefe das Forças Armadas, Gonzalo Victor Vigabriel, não foi afastado de suas funções.
Para o Exército, foi nomeado o general Jose Wilson Sanchez; para a Aeronáutica, o general Gerardo Zabala; já para a Marinha, foi nomeado o almirante Renan Guizo.
Logo após assumir o comando do Exército, o general Jose Wilson Sanchez ordenou que todos os integrantes do exército que estavam mobilizados nas ruas retornassem aos quartéis e pediu respeito à Constituição. Imagens que circulam pelas redes mostram os tanques se retirando do entorno do palácio presidencial.
Situação sob controle
O presidente da Bolívia, Luis Arce, fez um breve discurso logo após nomear o novo comando das Forças Armadas e falou sobre a tentativa de golpe.
"Sem dúvida, hoje foi uma jornada atípica de um país que quer democracia. Vivemos uma tentativa de golpe de Estado por militares que estão manchando o uniforme e atentando contra a Constituição, mas também contamos com militares que sabem que a nossa Constituição e o respeito ao Estado são o mais importante", declarou Luis Arce.
No vídeo abaixo, bolivianos colocam os militares golpista pra correr: