FASCISMO

Soltar golpistas na Bolívia seria um dos objetivos de general líder de rebelião

Como no Brasil, Bolívia tem campanha por "presos políticos".

Campanha.A campanha para libertar golpistas de 2018 tem força em Santa Cruz de La Sierra.Créditos: Foto Luiz Carlos Azenha
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O presidente da Bolívia, Luís Arce, instalou um novo comando nas Forças Armadas do país, mesmo cercado por militares leais ao general Juan José Zuñiga, que controlam o entorno do Palacio Quemado e o acesso à sede do governo.

Os novos chefes militares prestaram juramento a Arce e prometeram debelar a crise.

Na transmissão da troca de comando, foi possível ouvir bombas explodindo do lado de fora.

Eram os militares golpistas impedindo a aproximação da multidão que se apresentou para defender o governo constitucional.

A tentativa de golpe recebeu rápida condenação internacional.

Ao chegar ao palácio, o general Zuñiga disse que contava com apoio das Forças Armadas, denunciou os políticos e disse defender o povo.

Um de seus primeiros objetivos, de acordo com a rede Telesur, seria soltar os políticos presos na Bolívia pelo golpe de 2019. 

JEANINE E CAMACHO

A senadora Jeanine Añez, que assumiu o governo de maneira inconstitucional, cumpre pena de dez anos de prisão. Vários de seus ministros também estão na cadeia.

O ex-governador do departamento de Santa Cruz de La Sierra, Luis Camacho, líder da extrema-direita boliviana, também perdeu o cargo e segue preso.

Famosamente, ele invadiu o Palácio Quemado com uma Bíblia na mão e orou sobre a bandeira da Bolívia.

Libertar Camacho seria outro objetivo do golpe.

Na confusão, não se sabe se as ordens de Zuñiga foram atendidas.

Como acontece no Brasil desde a tentativa de golpe de 8 de janeiro, a extrema-direita boliviana faz uma campanha pela libertação dos golpistas, alegando que são "presos políticos".

Em Santa Cruz, a foto de Camacho segue na entrada do palácio de governo e, na praça principal, há uma barraca da campanha que afirma que a Bolívia "não é Cuba, nem Venezuela".

O departamento mais rico da Bolívia é a base da extrema-direita no país e atribui o atraso relativo da Bolívia ao domínio dos políticos de origem indígena em La Paz.