GENOCÍDIO NA PALESTINA

"All eyes on Rafah": ato em São Paulo pede que Lula rompa relações com Israel

Presidente também recebeu um manifesto de artistas, intelectuais - incluindo judeus - e ex-ministros pedindo que o Brasil rompa as relações diplomáticas com o governo sionista de Benjamin Netanyahu.

Genocídio em Gaza: ato na Paulista pede que Lula rompa relações com o governo sionista de Israel.Créditos: Yuri Ferreira / Fórum
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Na semana em que o mundo presenciou mais uma atrocidade no genocídio perpetrado pelo sionismo em Gaza, com o assassinato brutal de ao menos 45 refugiados na região de Rafah, um ato organizado nesta quinta-feira (30) pela Frente Palestina de São Paulo, na avenida Paulista, pede que Lula rompa todas as relações com o governo Benjamin Netanyahu.

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"Há um genocídio acontecendo em Gaza há 8 meses e nos últimos dias testemunhamos o massacre que aconteceu nas tendas de refugiados em Rafah. Aqui, hoje, estamos denunciando todos esses crimes, a ocupação sionista nazista no território palestino", afirmou à Fórum a cineasta e ativista palestina Rawa Alsagheer.

Cerca de 1 mil pessoas participaram da manifestação, que teve forte presença de movimentos sociais progressista, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

"Estamos mandando uma mensagem muito clara, óbvia, para o presidente Lula para que o governo brasileiro rompa todas as relações com a ocupação israelense, acadêmicas, políticas, econômicas e diplomáticas", complementou Rawa.

"All Eyes On Rafah"

A imagem com os dizeres "All Eyes On Rafah" - "Todos os Olhos em Rafah", em tradução do inglês - ganhou as redes sociais nesta semana, e já foi compartilhada por mais de 40 milhões de internautas no Instagram, um recorde na plataforma.

A campanha visa chamar a atenção para a ofensiva militar israelense em andamento na cidade de Rafah, localizada no sul da Faixa de Gaza.

Israel está sendo acusada de operar um genocídio na Palestina desde outubro do ano passado e Rafah era o único ponto seguro para os palestinos, segundo o governo israelense.

No entanto, desde a semana passada, o governo Netanyahu tem conduzido operações militares na região. Neste fim de semana, o IDF incendiou mulheres e crianças vivas em um campo de tendas da ONU, em uma operação que deixou pelo menos 45 mortos em Rafah.

O slogan originou-se de um comentário feito por Rick Peeperkorn, diretor do Escritório da Organização Mundial da Saúde para os Territórios Palestinos Ocupados, que disse "Todos os olhos estão em Rafah" em fevereiro de 2024, após o primeiro-ministro israelense, Netanyahu, ordenar um plano de evacuação para a cidade antes dos ataques planejados.

Manifesto

No Brasil, um grupo de artistas e intelectuais, incluindo judeus, enviou um manifesto pedindo que Lula rompa as relações diplomáticas com o governo sionista de Benjamin Netanyahu.

O documento foi enviado na mesma semana em que Lula decidiu que o embaixador Frederico Meyer não voltará à Israel. O presidente brasileiro também definiu que não vai nomear novo embaixador enquanto Netanyahu estiver à frente do governo israelense.

No manifesto, os artistas e intelectuais reiteram a posição de Lula, um dos primeiros líderes do mundo a denunciar o genocídio em Gaza, a romper relações, "sob uma liderança de sua envergadura", "para que se encerre essa carnificina insuportável" dos sionistas no território palestino - leia a íntegra.

Entre os signatários do manifesto estão Chico Buarque, Gilberto Gil, Wagner Moura, Emicida e Anita Leocádia, filha de Olga Benário Prestes,  executada em 23 de abril de 1942, com 34 anos de idade, na câmara de gás com mais 199 prisioneiras, no campo de extermínio de Bernburg, na Alemanha, pelo regime nazista de Adolph Hitler.

O documento ainda é assinado por ativistas judeus, como o jornalista Breno Altman e o professor Bruno Huberman.

Endossam ainda o rompimento das relações com o governo sionista escritores e intelectuais como Milton Hatoum, Raduan Nasser e Jessé Souza, advogados e juristas como Pedro Serrano, Juarez Tavares e Carol Proner, além dos ex-ministros Luiz Carlos Bresser-Pereira, Paulo Sérgio Pinheiro, Eleonora Menicucci, José Dirceu e Eugênio Aragão.