Em meio ao massacre sionista contra o povo palestino em Gaza, um dos mais radicais integrantes do gabinete do Estado de Israel, o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, conclamou uma multidão de ultranacionalistas a "colonizarem" o território ocupado.
Ben Gvir discursou durante uma marcha em Sderot, próxima à fronteira com Gaza, no último dia 14 de maio de 2024. O vídeo com a fala dele tem circulado nas redes sociais.
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"Para resolver o problema, precisamos fazer duas coisas: primeiro, voltar para Gaza agora! Voltar para casa! Voltar para nossa terra santa! E segundo, incentivar a emigração. Incentivar a partida voluntária dos residentes de Gaza... É ético! É racional! É correto! É a verdade! É a Torá e é a única maneira! E sim, é humano".
O sionista disse ainda que os palestinos devem ser encorajados a “migrar voluntariamente a seus próprios países”. Para o ministro, a ajuda humanitária não deve entrar em Gaza.
Desde outubro, Ben-Gvir sugere que crianças e mulheres devem ser tratadas a tiros e que prisioneiros palestinos devem ser executados “para liberar espaço”. Recentemente, ameaçou deixar o governo e forçar seu colapso caso houvesse um cessar-fogo.
O ministro das Comunicações, Shlomo Karhi, insistiu que o reassentamento de Gaza é a única maneira de garantir a segurança israelense, enquanto o MK Zvi Sukkot, do Sionismo Religioso, culpou o Plano de Desengajamento de 2005 pelos ataques de 7 de outubro.
O ministro Karhi defendeu o reassentamento de Gaza como a única maneira real de garantir a segurança israelense e prometendo reverter o "desgraça" de 2005 com novos assentamentos em 2024-2025, "se Deus quiser".
O MK Sukkot, conhecido por seu histórico de ativismo em assentamentos ilegais, disse que a marcha foi projetada para "corrigir o terrível crime de expulsar judeus de Gush Katif," usando o termo hebraico para os assentamentos em Gaza que foram evacuados durante o Desengajamento.
Marcha sionista
A manifestação do dia 14 de maio foi organizada pelo Movimento de Assentamento Nachala, juntamente com outros grupos ultranacionalistas e sionistas religiosos. A apresentação no comício incluiu planos para o estabelecimento de seis novos assentamentos em Gaza, apresentados em uma conferência em janeiro que atraiu condenação internacional.
Milhares de pessoas participaram da manifestação para pedir a reconstrução dos assentamentos judaicos em Gaza. O evento contou com a presença de ministros do governo e membros do Knesset, que defenderam a reconstrução dos assentamentos.
Os organizadores da marcha de ultranacionalistas informaram, segundo o jornal israelense The Times of Israel que cerca de 50 mil pessoas compareceram à marcha do Dia da Independência promovida sob a bandeira da reconstrução dos assentamentos judaicos em Gaza, de onde cerca de 8.500 colonos foram evacuados em 2005.
Ataques sem fim
Os ataques israelenses nas últimas 24 horas mataram pelo menos 83 palestinos em toda a Faixa de Gaza. O Hamas afirmou que os palestinos continuarão a enfrentar a invasão terrestre de Rafah e outras áreas em Gaza "não importa quanto tempo dure a agressão e independentemente de sua forma".
Mais de 800 mil pessoas já fugiram do avanço israelense em Rafah do sul, com outras 100 mil escapando do ataque terrestre no norte. Desde 7 de outubro, pelo menos 35.386 pessoas foram mortas e 79.366 ficaram feridas em ataques israelenses em Gaza. O número de mortos em Israel devido ao ataque do Hamas é de 1.139, com dezenas ainda mantidos como reféns.
Ben Gvir, em seu discurso, afirmou: "Para resolver o problema, precisamos fazer duas coisas: primeiro, voltar para Gaza agora! Voltar para casa! Voltar para nossa terra santa! E segundo, incentivar a emigração. Incentivar a partida voluntária dos residentes de Gaza... É ético! É racional! É correto! É a verdade! É a Torá e é a única maneira! E sim, é humano".
Esta manifestação reflete o contínuo debate e tensão sobre a presença israelense em Gaza e a segurança regional.