ATAQUES À DEMOCRACIA

Ex-conselheiro de Trump, General que mentiu ao FBI oferece ajuda a Musk para "acontecimentos no Brasil"

General da reserva, Mike Flynn recebeu o perdão de Trump após confessar ter mentido em investigação do FBI sobre interferência russa nas eleições nos EUA. Estrategista de Milei, na Argentina, também faz eco a Musk.

General Mike Flynn, ex-conselheiro de Donald Trump.Créditos: Governo dos EUA / Governo do Japão
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Ex-conselheiro de Segurança nacional no governo Donald Trump, o general da reserva Michael Flynn foi à X oferecer ajuda a Elon Musk, após o bilionário, dono da rede social, incitar ataques contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e ameaçar a democracia, apoiando Jair Bolsonaro (PL) e sua horda na narrativa de "ditadura do judiciário" no Brasil.

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"Elon Musk dados os acontecimentos recentes no Brasil… diga-nos como podemos ajudar X", escreveu na rede X General Mike Flynn, em publicação que incendiou os grupos bolsonaristas, que apostam todas as fichas em uma vitória de Trump nas eleições dos EUA.

Mike Flynn foi um dos primeiros militares a aderirem ao trumpismo em 2016. Após eleito, Trump o nomeou como Conselheiro de Segurança Nacional.

No entanto, 22 dias após ser alçado ao cargo, Flynn foi demitido após vazamento de informações de que ele manteve conversas com o embaixador russo nos EUA, Sergey Kislyak, sobre interferência do país adversário nas eleições estadunidenses.

As suspeitas é que que o militar teria discutido a suspensão de sanções contra a Rússia com o embaixador de Moscou em Washington antes de Trump assumir a Presidência, e mentiu ao vice-presidente, Mike Pence, sobre esse diálogo.

Em meio às investigações, o militar voltou a mentir, desta vez ao FBI (Departamento Federal de Investigação) sobre os encontros com o embaixador russo às vésperas da eleição.

Em 2020, Flynn foi incluído por Trump em uma lista de pessoas que foram perdoadas por crimes contra os EUA no Dia de Ação de Graças. O anúncio foi feito na rede X, então Twitter.

"É uma grande honra anunciar que o General Michael T. Flynn recebeu perdão total. Parabéns a @GenFlynn e sua maravilhosa família, sei que agora você terá um Dia de Ação de Graças verdadeiramente fantástico", escreveu Trump.

Além da orquestração com a Rússia, o militar também teria pedido 15 milhões de dólares ao governo turco para expulsar o clérigo Fetulá Gülen, que vivia nos EUA e seria líder da organização islâmica Himet, que teria tentado um golpe de Estado em julho de 2016 no país.

Fascismo internacional

O militar estadunidense se une a outras lideranças do neofascismo da ultradireita internacional que fizeram eco aos achaques de Musk, que foi incluído por Moraes no inquérito das fake news na noite deste domingo (7).

Da Argentina, o estrategista de redes sociais da campanha de Javier Milei, Fernando Cerimedo, se pronunciou em storie no Instagram.

"O ministro da corte suprema de Lula, Alexandre de Moraes, acaba de incluir Elon Musk na investigação das 'milícias digitais' levada a cabo para perseguir a direita brasileira, confirmando assim a existência de uma ditadura no país", escreveu.

Cerimedo, que também é investigado no mesmo inquérito, foi o responsável pela propagação das fake news sobre as urnas eletrônicas em dezembro de 2022, que inflamou os atos golpistas após a derrota de Bolsonaro para Lula nas eleições presidenciais.

Sob a articulação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), outras vozes da ultradireita fascista, como o presidente do partido espanhol Vox, Santiago Abascal, e do português Chega, André Ventura, fizeram coro às publicações de Musk.