GENOCÍDIO NA PALESTINA

VÍDEO – Professor judeu da Columbia, nos EUA, detona perseguição a estudantes solidários a Gaza

“Não é por acaso que os meios de comunicação agora estão com suas manchetes recheadas de repressão a protestos em universidades ao invés de expor os crimes de guerra de Israel”, disse Joseph Howley

Joseph Howley, professor judeu da Columbia University, em Nova York.Créditos: Reprodução /Instagram Al Jazeera em Espanhol
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Desde a última semana, protestos de estudantes das universidades dos EUA ganham as manchetes da imprensa internacional especialmente por conta da truculência com que são tratados pela polícia. No Brasil as notícias têm viralizado por conta de um elemento absurdo: solidários a Gaza, os estudantes têm sido taxados como “antissemitas” na chamada “terra da liberdade”, onde supremacistas brancos atuam sem qualquer freio amparados pela primeira emenda da Constituição – a mesma que estabelece a chamada “liberdade de expressão irrestrita” e foi defendida por Elon Musk e seus asseclas durante recente onda de ataques à democracia brasileira.

Esse rótulo de 'antissemita' seria o pretexto para que diretorias de universidades passassem a tratar seus alunos como inimigos em potencial e legitimassem as truculentas ações policiais. Seria a deixa para suspender, convenientemente, a tal 'primeira emenda'.

Nesse contexto, Joseph Howley, um professor judeu da Columbia University, em Nova York, uma das mais conceituadas dos EUA, deu um depoimento à Al Jazeera em Espanhol divulgado nesta segunda-feira (29). Direto do acampamento que os alunos armaram em solidariedade a Gaza, ele teceu duras críticas à repressão e a imagem imputada aos estudantes pela mídia.

“Se acreditássemos nos políticos e nos meios de comunicação dos EUA pensaríamos que esse campus é um ambiente bastante perigoso, recheado de violência antissemita. E aqui estamos, no coração do Acampamento de Solidariedade a Gaza e atrás de mim está acontecendo um curso sobre a história do antissemitismo, sua natureza e como podemos combatê-lo. Eu sempre digo para as pessoas que como um judeu e uma pessoa de consciência eu não me associaria a um movimento de protesto se pensasse que alguém aqui professa preconceitos de qualquer tipo”, declarou.

A seguir, Howley explicou justamente a raiz das acusações de antissemitismo, sempre associadas a críticas ao Estado de Israel. Para ele, não há qualquer evidência de que os estudantes estejam expressando preconceitos contra o povo judeu, ou qualquer outro povo semita.

“Não é uma acusação nova associar críticos ao Estado de Israel e pessoas que fazem discursos que os nacionalistas israelenses não gostam com o antissemitismo. Agora estão dizendo que nosso campus tem problemas de antissemitismo e eu não vejo qualquer evidência disso", disse.

Também fez críticas a própria direção da universidade e contou que o corpo docente, mesmo oriundo de diversas perspectivas políticas, se uniu para "expressar o desgosto comum sobre a forma como a direção da universidade abandonou a nós e aos estudantes, que agora são tratados como inimigos ao invés de membros da nossa comunidade”.

Por fim, declarou que ele e seus colegas apoiam o movimento dos estudantes porque se importam com a questão palestina e questionou as prioridades dos meios de comunicação.

"Não é por acaso que os meios de comunicação dos EUA agora estão com suas manchetes recheadas de repressão a protestos em universidades ao invés de expor os crimes de guerra de Israel e as atrocidades que ocorrem em Gaza”, finalizou.

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