Frank Tyson, de 53 anos, homem negro, morreu após ser detido de forma violenta por policiais na semana passada em um clube social. Sua morte gerou revolta na comunidade e já está sendo investigada. Imagens das câmeras corporais dos policiais envolvidos no caso, divulgadas na quarta-feira (24), revelam como o assassinato aconteceu.
Um policial de Cantão, identificado como Beau Schoenegge foi chamado para atender a uma “denúncia de um acidente de trânsito” e encontrou Tyson em um bar próximo a um clube de veteranos americanos. Um transeunte o direciona para um bar próximo, onde uma mulher abre a porta e implora: "Por favor, tirem ele daqui agora mesmo!".
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Ao encontrar Tyson no bar, os policiais o agarram e tentam algemá-lo. Tyson resiste, repetindo frases como "Eles estão tentando me matar" e "Chamem o xerife". Em seguida, o policial aborda Tyson de forma agressiva, jogando-o de bruços no chão. O agente o deixou nessa posição por um período prolongado causando o sufocamento com seu próprio joelho. A informação é do jornal espanhol El Mundo.
Violência policial contra negros é sistemática
Após a abordagem, um policial pergunta a outro se Tyson está “se acalmando”, ao que o outro responde: "Talvez ele esteja morto". A frase lembra o assassinato de George Floyd, morto nas mãos de policiais de Minneapolis em 2020, após suplicar que não conseguia respirar, e revela mais uma vez o racismo profundo que perpetua no país.
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A negligência dos policiais se evidencia ainda mais quando se observa que, mesmo após Tyson ter dito que não conseguia respirar e ter ficado inconsciente, os policiais demoraram cinco minutos para iniciar a RCP. O relatório da polícia, divulgado na sexta-feira (26), tenta minimizar a situação, afirmando que "logo após prendê-lo", os policiais "reconheceram que Tyson não respondeu" e que a RCP foi realizada nele.
"Enquanto navegamos neste momento difícil, meu objetivo é ser o mais transparente possível com a comunidade", disse o prefeito de Cantão, William V. Sherer II. O Departamento de Justiça dos EUA alerta os policiais desde meados da década de 1990 para os riscos de virar suspeitos de bruços após serem algemados, devido ao risco de asfixia posicional.
Especialistas em aplicação da lei alertam que essa posição pode comprimir os pulmões e pressionar o coração, impedindo a respiração do indivíduo, especialmente se a força utilizada for excessiva ou se a imobilização durar muito tempo. E nos últimos anos, os agentes tem usado apenas essa abordagem contra pessoas negras. Uma investigação da Associated Press, publicada em março deste ano, revelou que mais de 1.000 pessoas morreram dessa forma na última década.