Manifestantes argentinos que organizam uma passeata estudantil contra os cortes do governo Javier Milei anunciaram, nesta segunda-feira (22), que "sequestraram" o espírito de Conan, o cachorro do presidente que faleceu há alguns anos. O meme, claro, viralizou nas redes sociais.
Conan é o nome do cachorro de Javier Milei que deu a origem a uma série de clones feitos pelo presidente e que vivem na Casa Rosada.
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Milei alega se aconselhar com o espírito do cachorro, que faleceu de câncer em 2017.
Os manifestantes decidiram, então, "sequestrar" o espírito do cachorro do presidente e viralizar as demandas estudantis que serão pauta de protestos em toda a Argentina nesta terça-feira (29).
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Estudantes vão às ruas
Nesta terça-feira (23), estudantes, professores, líderes políticos e sociais vão comandar a marcha federal universitária, em defesa da educação pública e contra o corte orçamentário feito por Javier Milei.
O evento está marcado para às 15h30 e promete contar com grande participação em todo o país mas, em especial, na Praça de Maio.
"Em defesa da educação pública" é o nome do ato. Vale lembrar que, em 2019, foram atos pela universidade pública e contra cortes do governo que colocaram os estudantes brasileiros na rua contra o bolsonarismo, em movimento que reuniu mais de 500 mil pessoas nas ruas de São Paulo.
Javier Milei fez um drástico corte no orçamento das universidades, que ameaçaram fechar as portas com as rígidas medidas do governo federal.
Superávit de nada
Também na segunda-feira, Milei anunciou um superávit fiscal de 0,2% para o primeiro trimestre de 2024, o que ele descreveu como uma "conquista significativa em sua política econômica".
O anúncio foi feito durante um discurso televisionado, onde Milei enfatizou a importância da redução da inflação e o papel do setor privado na condução da recuperação econômica.
A inflação ainda não desescalou e o superávit não parece fazer efeito, ainda mais com os preços crescentes de combustíveis que devem explodir nos próximos meses.
Enquanto isso, cerca de 17 milhões de pessoas, ou 43% da população de 46 milhões do país, vivem abaixo da linha da pobreza. O relatório de Segurança Alimentar do Banco Mundial destacou uma taxa de inflação anual de 107% nos preços dos alimentos na Argentina.
Com o governo Milei os indicadores da população mais pobre do país tem piorado cada vez mais, o que dificulta a celebração de um superávit fiscal.