Celinda Sosa Lunda, a ministra de Relações Exteriores do Estado Plurinacional da Bolívia, discursou nesta quinta-feira (18) para o Conselho de Segurança da ONU e disse duras verdades sobre o genocídio que Israel comete na Faixa de Gaza, na Palestina.
A Bolívia já havia rompido relações com Israel em 31 de outubro de 2023 por considerar a escalada de bombardeios aéreos e bloqueios de suprimentos em Gaza “agressiva e desproporcional”. Na ocasião, uma outra ministra boliviana, María Nela Prada, da Presidência, apontou que o governo do país andino repudia e condena as ações militares israelenses que, para além de massacrar os palestinos, “ameaçam a paz e a segurança internacional”.
Te podría interesar
Sosa Lunda manteve o tom e foi além. Em seu discurso, disse que os israelenses desrespeitam o Direito Internacional com uma ocupação ilegal da Palestina.
“Desde 7 de outubro de 2023, mais de 33.634 palestinos foram mortos, mais de 80 mil feridos e mais de 1,7 milhões foram deslocados com o falso pretexto de um direito à defesa pela potência ocupante. Além disso, neste mesmo Conselho de Segurança, Israel descaradamente acusa organizações humanitárias e a própria ONU de serem patrocinadores do terrorismo, o que é absolutamente inaceitável”, declarou.
A seguir, ela diz sem meias palavras que condena o “genocídio contra o povo palestino”.
“Israel claramente decidiu rejeitar os princípios da Carta das Nações Unidas, do Direito Internacional, dos direitos humanos e do Direito Internacional humanitário. O objetivo foi perpetrar um genocídio contra o povo palestino. A escala de tensões no Oriente Médio está profundamente enraizada na ocupação ilegal e as ações provocativas de Israel no território palestino ocupado que violam e constantemente ignoram as Resoluções da ONU. O genocídio do povo palestino põe em risco não apenas a paz na região, mas também a paz no mundo”, finalizou a ministra boliviana.
Assista ao vídeo
Mauro Vieira defende reconhecimento do Estado palestino
Mauro Vieira, o chanceler brasileiro, também discursou na reunião. O nosso ministro de Relações Exteriores foi mais ameno que a colega boliviana, mas defendeu o reconhecido do Estado palestino e a aprovação do seu status como “membro pleno” da ONU.
“Chegou a hora de a comunidade internacional finalmente receber o Estado da Palestina plenamente soberano e independente como um novo membro das Nações Unidas. Um compromisso crível com a paz e segurança no Oriente Médio requer que a comunidade internacional tome todas as medidas necessárias para o cumprimento do direito à autodeterminação do povo palestino e à implementação da solução de dois Estados, conforma a Resolução 181 (II) da Assembleia-Geral de 1947”, declarou.
O ministro ainda lembro que o Brasil reconheceu o Estado da Palestina em 2010, dentro das fronteiras estabelecidas em 1967, e que outros 139 países já fizeram o mesmo.