GUERRA NA PALESTINA

Netanyahu provoca Lula e banca viagem de Tarcísio, Castro e Caiado a Israel; Bolsonaro pede a Moraes

Após Lula levar genocídio na Palestina ao centro da pauta global, premiê sionista busca influenciar política interna pagando viagens a governadores bolsonaristas e ao próprio Bolsonaro, que está com passaporte retido pela PF.

Jair Bolsonaro com Benajmin Netanyahu e Lula na declaração denunciando os sionistas.Créditos: Presidência da República / Ricardo Stuckert
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Em claro gesto de provocação ao presidente Lula, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, bancará a viagem dos governadores de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), e Goiás, Ronaldo Caiado (União) ao país.

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O governo sionista ainda convidou Cláudio Castro (Republicanos), que também deve integrar a comitiva. O mineiro Romeu Zema (Novo), que sinaliza aproximação ao governo federal, recusou a oferta.

Netanyahu fez o convite aos governadores e a Jair Bolsonaro (PL) para visitar a colônia atacada pelo Hamas em 7 de outubro, que gerou a reação desproporcional, de genocídio palestino na Faixa de Gaza.

O ex-presidente revelou que recebeu o convite de Netanyahu na última sexta-feira (8) durante discurso na Igreja Batista Caminho das Árvores, em Salvador.

"Recebi há pouco uma carta do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu - que, por acaso, é capitão do Exército também -, me convidando para visitar o seu país, para que eu vá naquela região de conflito, ou melhor, do massacre, da covardia, a região do terrorismo praticado pelo Hamas contra Israel", disse.

Bolsonaro, no entanto, aguarda decisão de Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Com o passaporte confiscado pela Polícia Federal, para evitar fuga do país em meio às investigações sobre a tentativa de golpe, advogados pediram autorização para que o ex-presidente deixe o país ao ministro.

A viagem acontece após Israel declarar Lula "persona non grata" no país. A crise diplomática foi gerada por causa da declaração do presidente brasileiro, que comparou o genocídio do povo palestino pelos sionistas à matança de judeus por Adolph Hitler na Alemanha nazista.

A declaração de Lula levou o massacre sionista para o centro da pauta das relações internacionais, com a maioria das lideranças globais apoiado o cessar-fogo defendido pelo presidente brasileiro.

Nas redes sociais, o chanceler Israel Katz usou a diplomacia da lacração para pressionar Lula a pedir desculpas pela declaração. O presidente, no entanto, afirmou que não fará isso e em novas declarações denunciou o massacre israelense em Gaza.

Bolsonaro, por sua vez, tem usado a declaração para angariar apoio principalmente entre evangélicos, que fazem a defesa de uma Israel bíblica, que nada tem a ver com o governo sionista de Netanyahu.

André Mendonça

No fim de janeiro, o cientista político André Lajst, um dos mais notórios e vocativos sionistas do debate público brasileiro, liderou uma comitiva junto da Confederação Israelita Brasileira (Conib) para visitar o Knesset, o parlamento israelense, atualmente comandado pela coalizão de extrema direita de Benjamin Netanyahu.

Estiveram presentes diversos membros da comunidade jurídica, incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal, André Mendonça.

Além de Mendonça, Conib e Lajst, participaram da comitiva  Antonio Saldanha Palheiro e Ricardo Villas Bôas Cueva, do Superior Tribunal de Justiça (STJ),  o desembargador federal Marcus Abraham, o desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) e Fabio Uchôa Pinto Miranda Montenegro, além de José Coelho Ferreira, atual ministro e vice-presidente do Superior Tribunal Militar (STM).

Ao voltar da viagem, Mendonça trocou a capa de sua rede social por uma imagem que mostra diversos reféns israelenses do Hamas com um texto em hebraico na parte de baixo.

“Homens, mulheres, bebês e pessoas idosas ainda sequestrados pelo Hamas”, diz o texto, inserido entre fotos de diversos reféns.

Ele também trocou sua foto de perfil por uma em preto e branco, em um tom mais soturno.