O governo Lula aumentou ainda mais o tom contra o genocídio perpetrado pelo governo sionista de Israel um dia após o "massacre das farinhas", quando o Exército de Israel abriu fogo e matou ao menos 112 palestinos que buscavam comida em caminhões de ajuda humanitária.
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Em uma das mais duras notas já divulgadas pela diplomacia brasileira, o Itamaraty diz que "o governo Netanyahu volta a mostrar, por ações e declarações, que a ação militar em Gaza não tem qualquer limite ético ou legal".
"O Governo brasileiro recorda a obrigatoriedade da implementação das medidas cautelares emitidas pela Corte Internacional de Justiça, em 26 de janeiro corrente, que demandam que Israel tome todas as medidas ao seu alcance para impedir a prática de todos os atos considerados como genocídio, de acordo com o Artigo II da Convenção para a Prevenção e a Repressão e Punição do Crime de Genocídio", diz o texto, em um apelo à comunidade internacional para barrar o massacre do povo palestino em Gaza.
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Segundo o governo brasileiro, "as aglomerações em torno dos caminhões que transportavam a ajuda humanitária demonstram a situação desesperadora a que está submetida a população civil da Faixa de Gaza".
Em seguida, o Itamaraty afirma que as declarações do governo Netanyahu para tentar explicar o massacre ocorrido no norte da Faixa de Gaza, são "cínicas e ofensivas às vítimas do incidente".
"Autoridades da ONU e especialistas em ajuda humanitária e assistência de saúde de diferentes organismos e entidades vêm denunciando há meses a sistemática retenção de caminhões nas fronteiras com Gaza e a situação crescente de fome, sede e desespero da população civil. Ainda assim, a inação da comunidade internacional diante dessa tragédia humanitária continua a servir como velado incentivo para que o governo Netanyahu continue a atingir civis inocentes e a ignorar regras básicas do direito humanitário internacional. Declarações cínicas e ofensivas às vítimas do incidente, feitas horas depois por alta autoridade do governo Netanyahu, devem ser a gota d’água para qualquer um que realmente acredite no valor da vida humana", diz o texto.
Leia a íntegra da nota oficial do Itamaraty
Ataque a tiros contra palestinos que aguardavam o recebimento de ajuda humanitária na Faixa de Gaza
O Governo brasileiro tomou conhecimento, com profunda consternação, dos disparos por arma de fogo, por forças israelenses, ocorrido no dia de ontem, no Norte da Faixa de Gaza, em local em que palestinos aguardavam o recebimento de ajuda humanitária. Na ocasião, mais de 100 pessoas foram mortas e mais de 750 feridas por tiros, pisoteio ou atropelamento.
As aglomerações em torno dos caminhões que transportavam a ajuda humanitária demonstram a situação desesperadora a que está submetida a população civil da Faixa de Gaza e as dificuldades para obtenção de alimentos no território.
Trata-se de uma situação intolerável, que vai muito além da necessária apuração de responsabilidades pelos mortos e feridos de ontem.
Autoridades da ONU e especialistas em ajuda humanitária e assistência de saúde de diferentes organismos e entidades vêm denunciando há meses a sistemática retenção de caminhões nas fronteiras com Gaza e a situação crescente de fome, sede e desespero da população civil. Ainda assim, a inação da comunidade internacional diante dessa tragédia humanitária continua a servir como velado incentivo para que o governo Netanyahu continue a atingir civis inocentes e a ignorar regras básicas do direito humanitário internacional. Declarações cínicas e ofensivas às vítimas do incidente, feitas horas depois por alta autoridade do governo Netanyahu, devem ser a gota d’água para qualquer um que realmente acredite no valor da vida humana.
O governo Netanyahu volta a mostrar, por ações e declarações, que a ação militar em Gaza não tem qualquer limite ético ou legal. E cabe à comunidade internacional dar um basta para, somente assim, evitar novas atrocidades. A cada dia de hesitação, mais inocentes morrerão.
A humanidade está falhando com os civis de Gaza. E é hora de evitar novos massacres.
Ao expressar sua solidariedade ao povo palestino, sobretudo aos familiares das vítimas, o Brasil reafirma seu firme repúdio a toda e qualquer ação militar contra alvos civis, sobretudo aqueles ligados à prestação de ajuda humanitária e de assistência médica.
O massacre de hoje vem se somar às mais de 30 mil mortes de civis palestinos, das quais mais de 12 mil são crianças, registradas desde o início do conflito, além dos mais de 1,7 milhão de palestinos vítimas de deslocamento forçado. O Brasil reitera a absoluta urgência de um cessar-fogo e do efetivo ingresso em Gaza de ajuda humanitária em quantidades adequadas, bem como a libertação de todos os reféns.
O Governo brasileiro recorda a obrigatoriedade da implementação das medidas cautelares emitidas pela Corte Internacional de Justiça, em 26 de janeiro corrente, que demandam que Israel tome todas as medidas ao seu alcance para impedir a prática de todos os atos considerados como genocídio, de acordo com o Artigo II da Convenção para a Prevenção e a Repressão e Punição do Crime de Genocídio.
#GazaHolocaust: Mundo dá razão a Lula
O massacre chocante de 112 civis palestinos promovido pelas forças militares de Israel na Faixa de Gaza, nesta quinta-feira (29), gerou revolta generalizada e despertou boa parte do mundo para as atrocidades que estão sendo cometidas na região.
Centenas de pessoas estavam em uma fila para receber ajuda humanitária quando foram alvos de disparos israelenses. As imagens deixaram até mesmo aqueles que relativizavam as ações de Israel estarrecidos.
A repercussão foi tamanha que, às 21h30 desta quinta-feira, a hashtag #GazaHolocaust (em português, Holocausto de Gaza), foi para a lista de assuntos mais comentados do X, o antigo Twitter. São pessoas de diferentes lugares do mundo repercutindo o morticínio de palestinos e fazendo comparações não só entre o nazismo e o sinonismo, bem como entre o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e Adolf Hitler, o líder do regime nazista na Alemanha que promoveu um genocídio contra o povo judeu.
Indiretamente, essas associações dão razão ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que no dia 18 de fevereiro, em uma corajosa declaração durante a Cúpula da União Africana na Etiópia, comparou a matança de palestinos deflagrada por Israel ao morticínio de judeus promovido pelo nazismo.