O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, endureceu ainda mais o discurso contra o Estado de Israel e seu governante, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, após a notícia chocante do massacre de civis palestinos que estavam em busca de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
Através das redes sociais, nesta quinta-feira (29), Petro fez coro ao posicionamento do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que recentemente comparou as ações das forças militares israelenses em Gaza à matança de judeus promovida pelo regime nazista de Adolf Hitler, e disse que o massacre de palestinos promovido por Netanyahu configura um genocídio que "lembra o Holocausto".
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"Pedindo comida, mais de 100 palestinos foram mortos por Netanyahu. Isto chama-se genocídio e faz lembrar o Holocausto, mesmo que as potências mundiais não gostem de reconhecer", disparou o mandatário colombiano.
Petro ainda anunciou que vai suspender todas as compras de armas de Israel e fez um apelo para que outros líderes mundiais isolem o governo Netanyahu.
"O mundo deve bloquear Netanyahu. A Colômbia suspende todas as compras de armas de Israel", prosseguiu.
Massacre de famintos
Em uma nova escalada do genocídio, forças de Israel dispararam nesta quinta-feira (29) contra civis famintos que estavam em busca de ajuda humanitária ao Sul da Cidade de Gaza.
Cerca de 700 mil palestinos continuam vivendo no entorno do que já foi a maior cidade do território, em meio a escombros.
A situação se tornou desesperadora desde que, alegando caos, a Agência das Nações para Refugiados Palestinos (UNRWA) suspendeu a entrega regular de água e comida para a região.
Os primeiros tiros contra a multidão foram disparados às 4h30 da madrugada, de acordo com vídeo publicado pela rede de TV árabe Jazeera.
De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, 104 pessoas foram mortas e 760 ficaram feridas no tumulto.
Israel alega que estava fazendo por conta própria a entrega de ajuda humanitária quando a multidão, descontrolada, avançou em direção às tropas.
Não há confirmação independente desta alegação.
Autoridades palestinas atribuem a responsabilidade totalmente a Israel, que assumiu para si uma tarefa que era da ONU.
Um porta-voz do governo israelense, Avi Hyman, jogou a culpa pela maioria das mortes nos motoristas dos caminhões:
"Em algum momento, os caminhões ficaram sobrecarregados e as pessoas que dirigiam os caminhões, que eram motoristas civis de Gaza, avançaram sobre a multidão, matando, no meu entender, dezenas de pessoas"
Corpos ficaram empilhados no ponto de entrega de ajuda humanitária.
O diretor da Crescente Vermelha, Bassam Zaqout, culpou Israel:
"Há intenção de aumentar a pressão sobre o Hamas, matando mais civis, enquanto as forças israelenses compreendem perfeitamente que não existe nenhum sistema de saúde operacional na Faixa de Gaza que possa lidar com tal massacre ou com um número tão grande de feridos neste momento"
O socorro aos feridos foi caótico e superlotou o hospital Shifa, que opera em condições dramáticas, com falta de anestésicos e material básico de higiene.