POSIÇÃO CORAJOSA

Lula em alto e bom som: "O primeiro-ministro de Israel está praticando um genocídio"

Presidente reafirma suas fortes críticas a Benjamin Netanyahu pela matança de civis palestinos que o Estado de Israel promove na Faixa de Gaza

Lula em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar.Créditos: Ricardo Stuckert
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a subir o tom contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reafirmando que o governante pratica um "genocídio" contra palestinos na Faixa de Gaza

A declaração foi feita em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar veiculada pela RedeTV! na noite desta terça-feira (27). Na conversa, Lula destacou que foi o pioneiro entre os presidentes brasileiros a visitar Israel e mencionou seus numerosos encontros com líderes judeus. Ele esclareceu que, ao comparar a violência contra os palestinos pelo governo israelense à matança de judeus pelo regime nazista de Adolf Hitler, não estava se referindo ao povo de Israel, mas sim ao próprio governo.

"Eu fui o primeiro presidente da República a visitar o Estado de Israel, quando ninguém visitava. Eu fiz muitas reuniões com o povo judeu. Eu visitei kibutzim. Nesta crise eu fiz reuniões com famílias que tiveram familiares sequestrados e falei com líderes de países da região nos esforços de libertação dos reféns. Nunca misturo a atitude de um povo com as ações de um governante", declarou Lula. 

Na sequência, o presidente disparou contra Netanyahu: 

"E o que eu quero dizer em alto e bom som: o primeiro-ministro de Israel está praticando um genocídio contra mulheres e crianças". 

"Não usei a palavra Holocausto"

Segundo Lula, o Brasil condena a ação terrorista do Hamas, mas repudia a matança de civis, principalmente mulheres e crianças, que vem sendo promovida pelas forças militares israelenses. Lula destacou que não utilizou a palavra "Holocausto" quando comparou o massacre em Gaza ao morticínio de judeus deflagrado por Hitler, e que a reação do governo de Israel se deu por uma questão de interpretação de Netanyahu. 

"Primeiro que não disse a palavra holocausto. Holocausto foi interpretação do primeiro-ministro de Israel. Não foi minha. A segunda coisa é a seguinte, morte é morte", declarou. 

"O Brasil foi o primeiro país a condenar o gesto terrorista do Hamas. O primeiro país. Mas eu não posso condenar o gesto terrorista do Hamas e ver o estado de Israel através do seu exército, do seu primeiro-ministro fazendo com inocente da mesma barbaridade. Ou seja, o que nós estamos clamando: que pare os tiroteios, que permita que tenha a chegada de alimento, remédio, de médico, enfermeiro, para que a gente tenha um corredor humanitário e tratar das pessoas. É isso", prosseguiu o presidente. 

Lula ainda afirmou que "não esperava" que Netanyahu compreendesse suas declarações, já que o "conhece há muito tempo" e sabe qual sua ideologia. 

"Agora veja, eu não esperava que o governo de Israel fosse compreender. Eu não esperava. Porque eu conheço o cidadão historicamente já há algum tempo, eu sei o que ele pensa ideologicamente", pontuou. 

Assista a trechos da entrevista