ISRAEL

Netanyahu faz o jogo da extrema direita contra Lula, dizem analistas

Extremistas fazem parte do mesmo grupo político e da mesma articulação

Créditos: Alan Santos/PR
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O assessor do partido de Netanyahu Hananya Naftali afirmou neste domingo que o presidente Lula é defensor do "comunismo", das "trevas" e da "ditadura".

O discurso é similaríssimo ao de Bolsonaro, dos seus asseclas e da extrema direita brasileira. É tão parecido que parece até ser... o mesmo.

Sabe-se, por exemplo, que Netanyahu e seu governo foram grandes beneficiários do governo Trump, que trabalhou para o reconhecimento de Israel por países árabes e para a mudança de embaixadas de Tel Aviv para Jerusalém.

E que Trump e Bolsonaro se movimentam de forma estranhamente parecida. Mas Netanyahu não está distante deles.

"O próprio Netanyahu é uma liderança de extrema-direita. Devido à própria estrutura do poder em Israel, que você não tem um partido que consegue conquistar todo o Knesset e, na sequência, eleger o seu primeiro-ministro, então, há muitas vezes a necessidade de uma composição. Em determinados momentos, a composição acaba não sendo tão extremada, mas, ultimamente, isso tem feito com que os partidos de extrema-direita acabem sendo fiel da balança", afirma Renatho Costa, professor de Relações Internacionais da  Universidade Federal do Pampa (Unipampa) à Fórum.

Na visão de Reginaldo Nasser, professor de Relações Internacionais da PUC, Bibi Netanyahu e Bolsonaro são cabeças de uma mesma besta.

"O discurso de Netanyahu, Bolsonaro e outros da extrema-direita no mundo sempre foram próximos. Então, eles são bastante afinados, porque fazem parte de um grupo de extrema-direita que tem uma postura ideológica, uma postura política frente a várias questões do mundo, onde eles se identificam", afirma. "Há uma identificação quase que espontânea entre eles", completa.