PANELAS VAZIAS

"Caos" suspende entrega de alimentos onde palestinos passam fome

Norte de Gaza, "terra de ninguém", está sem governo

Protesto.No norte de Gaza, obliterado por bombardeios, a fome ameaça crianças.Créditos: Reprodução X
Escrito en GLOBAL el

O Programa Mundial de Alimentos, ligado às Nações Unidas, anunciou uma pausa na entrega de ajuda humanitária no norte de Gaza, alegando "quebra na ordem social".

O escritório de mídia do Hamas apelou à Rússia, China, Turquia e países árabes e muçulmanos alegando que 700 mil palestinos que continuam vivendo na região estão morrendo de fome.

Esta é a população que jamais atendeu aos apelos de Israel para se retirar ou voltou depois que acabou a ofensiva terrestre de Israel na região.

Apelamos pelo fim urgente e imediato da guerra genocida contra civis, mulheres e crianças, ao mesmo tempo em que apelamos pelo envio de 10.000 caminhões de ajuda para Gaza nos próximos dois dias. Consideramos o governo dos EUA e a comunidade internacional, além de Israel, totalmente responsáveis pela fome.

O processo de ajuda humanitária está sendo atrasado pelas exigências de Israel de inspecionar tudo o que entra em Gaza.

A cidade de Rafah, onde se concentram os refugiados palestinos neste momento, fica mais próxima do Egito.

Caminhões que seguem para o Norte de Gaza sofrem saques, levando à repressão que já causou mortes.

VETO, DOENÇA E FOME

Hoje, os Estados Unidos vetaram uma resolução do Conselho de Segurança proposta pela Argélia que pedia um cessar-fogo imediato. É a terceira vez que o governo Biden faz isso.

A proposta argelina ia passar com 13 votos e a abstenção do Reino Unido.

Os EUA apresentaram seu próprio texto, que fala em cessar-fogo, mas sem data definida para começar.

Com isso, o risco para quem promove ou recebe ajuda humanitária cresce exponencialmente.

Hoje, crianças do norte de Gaza fizeram uma passeata batendo panelas e alegando que estão passando fome.

Em novembro do ano passado, o major-general aposentado Giora Eiland, consultor do governo de Israel, escreveu um artigo num diário local dizendo que "Não nos deixemos intimidar pelo mundo".

Ele argumentou que era preciso destruir a infraestrutura civil de Gaza, para enfraquecer o Hamas, mesmo que isso custasse fome e doenças entre civis palestinos.

Não se sabe se as opiniões de Eiland foram formalmente adotadas, mas é exatamente o que está acontecendo em Gaza: o uso da fome e da doença da população civil como arma de guerra.

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