GENOCÍDIO

Israel é um parceiro comercial "minúsculo" e não prejudicaria o Brasil, afirmam analistas

Mesmo que Tel Aviv tomasse medidas mais drásticas, impacto seria pequeno

Brasil não sofrerá mesmo com sanções israelensesCréditos: Fotos: Ricardo Stuckert/Governo de Israel/Divulgação
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Os abutres da extrema-direita afirmam nas redes sociais que Lula colocou o Brasil em "perigo de guerra" após denunciar o genocídio de Israel contra os palestinos em Gaza.

Afirmam que o Brasil estaria isolado internacionalmente e que possíveis sanções israelenses poderiam derrubar a economia do Brasil em uma eventual quebra de relações diplomáticas.

Porém, conversando com os professores de Relações Internacionais e especialistas em Oriente Médio Renatho Costa, da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), e Reginaldo Nasser, da Pontíficia Universidade Católica, parece que uma eventual quebra de relações não seria um problema. Ao menos comercialmente.

"As relações do Brasil com o Israel, representam 0,37% da nossa balança comercial. Não vejo nenhum problema [em um possíveis problemas nas relações]", afirma Nasser.

"Afetar economicamente a balança comercial é irrisório. E talvez seja muito mais interessante para os israelenses essa relação do que necessariamente para o Brasil. Tem muito mais empresas envolvidas nisso que poderiam ser afetadas do que necessariamente o Brasil", concorda Renatho Costa.

Foi confirmado que o embaixador brasileiro em Tel Aviv foi convocado a prestar esclarecimentos ao governo Netanyahu.

"Eu creio que isso é só um teatro armado para tentar desqualificar, porque o discurso do presidente Lula foi muito forte, enfático e extremamente realista", afirma Renatho.

O discurso foi proferido na União Africana e boa parte dos países do continente tem posições contra Israel. "Eu não vi nenhuma reação internacional. A não ser, claro, do Israel e dos seus apoiadores mais próximos. Mas eu não vi de nenhum país ocidental. E, aliás, essa declaração foi bem recebida pelos países da África, do Oriente Médio, do Sul Global. Foi nesse contexto que o Lula pronunciou essa frase", completa Nasser.