SUPER BOWL

Israel faz campanha bizarra na TV e Netanyahu deve torcer contra Taylor Swift

Tentando atingir os jovens estadunidenses

Fake.A fake news de que Taylor Swift apoia Trump e uma cena bizarra da campanha de Israel dizendo que faltam 136 torcedores (os reféns) nas arquibancadas de Las Vegas.Créditos: Reprodução X
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Numa campanha de conteúdo bizarro, o governo de Israel e ONGs diretamente associadas a ele vão difundir comerciais de TV durante os intervalos do programa de maior audiência da TV dos Estados Unidos, a final do Super Bowl deste domingo entre os 49 de São Francisco e os Chefes de Kansas City.

Os estadunidenses chamam o evento de "final mundial" do futebol americano, embora não exista um campeonato mundial da modalidade.

Como a audiência de TV nos EUA é fragmentada, a decisão geralmente estabelece um recorde nacional: no ano passado, foram 115 milhões de telespectadores (somando os que assistem online).

Um dos comerciais da bizarra campanha de Israel diz que estarão faltando 136 pessoas nas arquibancadas do estádio de Las Vegas, que sediará a decisão.

Em tese, são os 136 reféns israelenses que supostamente ainda estariam sob controle do Hamas em Gaza.

Muitos dos reféns foram mortos pelos próprios bombardeios israelenses. Três deles foram eliminados diretamente por fogo amigo de Israel.

O futebol americano não é popular em Israel, nem se sabe o grau de envolvimento de qualquer refém com a decisão de hoje.

Porém, Israel busca desesperadamente infuenciar a opinião pública dos Estados Unidos passando por cima do governo Biden, que neste momento considera a planejada ofensiva de Israel contra Rafah, em Gaza, potencialmente desastrosa.

TAYLOR SWIFT E O NAMORADO

Tudo indica que o primeiro-ministro de Israel e seu governo de extrema-direita vão torcer miseravelmente pelo time de São Francisco, ironicamente, a capital liberal dos Estados Unidos.

É que o principal jogador dos Chefes, Travis Kelce, já demonstrou publicamente seu apoio ao Black Lives Matter, à vacinação contra a covid (recebeu U$ 20 milhões por um comercial da Pfizer) e a várias outras causas que o colocaram à esquerda do espectro político estadunidense.

Kelce é o atual namorado da cantora Taylor Swift.

Colby Covington, um famoso lutador de UFC que é apoiador de Donald Trump, disse num podcast que Kelce é "um dos maiores pedaços de merda" por promover a vacinação.

Além disso, afirmou que o namoro de Kelce com a cantora Taylor Swift "foi arranjado pela esquerda".

No final do ano passado, Taylor Swift compareceu a um jantar para levantar fundos humanitários para Gaza na casa do comediante Ramy Youssef, no Brooklyn, em Nova York.

Por causa das posições políticas de ambos, influencers da extrema-direita sugerem que a vitória dos Chefes que levou o time à final (17 a 10 contra os Corvos de Baltimore) foi forjada.

A fake news de maior circulação nas redes de extrema-direita é de que Taylor Swift vai usar o Super Bowl para anunciar publicamente seu apoio a Joe Biden nas eleições de 2024.

A cantora viajou às pressas de Tóquio a Las Vegas para presenciar a partida.

A relação de amor e ódio dos apoiadores de Trump com Swift é tamanha que uma deep fake com a imagem dela segurando uma bandeira de apoio ao republicano circulou intensamente pelas redes sociais.

A falsa bandeira, supostamente exibida antes da premiação do Grammy, dizia que Trump havia vencido em 2020.

Taylor Swift já ganhou quatro vezes o prêmio de álbum do ano, é a primeira mulher a ganhar duas vezes e a que recebeu o maior número de indicações na História da categoria, seis vezes.

É hoje a celebridade de maior influência nos Estados Unidos.

A fake news de que ela é agente da CIA, participando de um falso namoro com Kelce, foi propagada por gente supostamente séria, como o ex-candidato republicano à Casa Branca Vivek Ramaswamy, que desistiu e agora apoia Trump:

Eu me pergunto se há um grande apoio presidencial [a Biden] a caminho,  vindo de um casal artificialmente preparado

BILIONÁRIOS POR ISRAEL

O governo de Israel ficou profundamente preocupado com pesquisas de opinião que mostram que a maioria dos jovens estadunidenses apoiam os palestinos, embora muitos condenem o Hamas.

A audiência do Super Bowl na TV atinge os jovens em massa.

Numa pesquisa da Harris com a universidade de Harvard, em dezembro passado, duas respostas incomodaram particularmente Israel: entre os jovens de 18 a 24 anos, 51% disseram que Israel deveria ser extinta e a terra entregue aos palestinos; 67% classificaram os judeus como opressores.

Antevendo a perda de popularidade de Israel, o bilionário estadunidense Barry Sternlicht lançou uma campanha entre colegas empresários que controlam U$ 500 bi em bens.

Ele está arrecadando dinheiro para promover uma plataforma chamada Fatos pela Paz.

O objetivo é focar no 7 de Outubro, como se o conflito entre Israel e os palestinos tivesse começado ali.

O lobby sionista, do qual faz parte a Confederação Nacional Israelita (CONIB) no Brasil, em geral age para calar críticos, através de ameaças na Justiça ou de demissões.

Com isso, evita qualquer tipo de debate, abrindo caminho para que a poderosa máquina de propaganda de Israel emplaque a sua narrativa.