O senador Magno Malta (PL-ES) fez um discurso patético ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. O bolsonarista foi à Ucrânia na companhia de Sergio Moro (União Brasil-PR), Damares Alves (Republicanos-DF) e outros parlamentares de extrema direita para participar da conferência “Ucrânia e os Países da América Latina e do Caribe: Cooperação para o Futuro”, a convite de Zelensky. O evento tem como objetivo angariar apoio político na América Latina para a causa ucraniana na guerra contra a Rússia.
A comitiva brasileira, composta majoritariamente por bolsonaristas, basicamente passou o evento todo falando mal do governo brasileiro ao presidente ucraniano. Uma das cenas mais bizarras, entretanto, foi protagonizada por Magno Malta, que fez um discurso "cristão" a Zelensky, que é judeu.
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O judaísmo segue a Torá e outras escrituras hebraicas, enquanto o cristianismo é baseado na Bíblia, incluindo o Novo Testamento, que traz os ensinamentos de Jesus Cristo, que não é reconhecido como Messias no judaísmo.
Ignorando tais informações – ou provavelmente não tendo conhecimento sobre elas –, Magno Malta achou que, de alguma forma, Zelensky gostaria de saber que ele é cristão ou que, no Brasil, segundo o senador, "mais de 90% da população é cristã". O bolsonarista ainda disse que, pelo fato do Brasil ser "cristão", compartilha dos "mesmos valores que a Ucrânia", e que o governo Lula é "totalitário" e "comunista".
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"São três mandatos de senador da República. O Brasil vive hoje um governo totalitário. Mas nós, o povo brasileiro, não comungamos com nada das piadas, das gracinhas, do deboche do atual mandatário no Brasil, que é um comunista. O povo brasileiro, que é mais de 90% cristão, e que tem os mesmos valores desse seu país, a Ucrânia (...) Nós somos cristãos. Eu sou de confissão protestante. O nosso país é conservador de verdade. Hoje a Suprema Corte é muito mais um partido comunista que qualquer outra coisa. Receba a solidariedade do meu país".
Veja vídeo:
Magno Malta não só ignorou o fato de que Zelensky é judeu e não reconhece Jesus como Messias como também "se esqueceu" de que o presidente ucraniano, recentemente, assinou uma lei proíbe grupos religiosos com laços com a Rússia, tendo como principal alvo a Igreja Ortodoxa Ucraniana (IOC), maior corrente cristã em seu país.