O senador Sergio Moro (União-BR) está na Ucrânia e se reuniu, nesta sexta-feira (29), com o presidente Volodymyr Zelensky. O ex-juiz foi ao país em guerra com a Rússia na companhia dos senadores de extrema direita Magno Malta (PL-ES) e Damares Alves (Republicanos-DF).
Os parlamentares integram uma comitiva que participa de uma conferência em Kiev que reúne políticos da América Latina e Caribe até o dia 1º de dezembro.
Neste sábado (30), Moro divulgou um vídeo em suas redes sociais no qual aparece dirigindo palavras a Zelensky em uma mesa. Em sua fala, o senador prestou apoio ao presidente ucraniano, condenou a invasão russa e disse que "o Brasil apoia a Ucrânia".
"A população brasileira apoia a causa da Ucrânia e repudia claramente a agressão vinda da Rússia. Por mais que tenhamos também relações amigáveis históricas com a Rússia, entendemos que essa é uma guerra de agressão, injusta contra a Ucrânia (...) Quero dizer que a posição do atual presidente Lula não reflete o sentimento de solidariedade da maioria da população brasileira"", disse Moro.
"Na conferência com o Presidente Zelensky, disse a ele o que todo brasileiro gostaria de dizer: o Brasil apoia a Ucrânia, o povo brasileiro é contra a agressão russa e a posição de Lula não representa o sentimento do povo brasileiro", escreveu ainda o senador ao divulgar o vídeo.
A publicação, entretanto, repercutiu mal. A maior parte dos comentários na postagem é de usuários das redes sociais condenando a tentativa de Moro de falar pela população brasileira.
"Vc não está falando pelo povo brasileiro. Até pq vc NUNCA representou os interesses nacionais", escreveu uma internauta. "Não autorizei falar por mim, toma vergonha", comentou outro usuário, em meio a dezenas de comentários do tipo.
Confira:
Zelensky admite que pode ceder territórios à Rússia
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, admitiu pela primeira vez desde o início da guerra com a Rússia a possibilidade de ceder territórios ocupados por Moscou para viabilizar um cessar-fogo. A condição para essa concessão seria que os territórios atualmente sob o controle ucraniano fiquem sob o "guarda-chuva" de proteção da OTAN e que a Ucrânia seja convidada a integrar a organização.
A ideia foi exposta por Zelensky em entrevista à emissora britânica Sky News divulgada nesta sexta-feira (29) e havia sido sugerida pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo o presidente da Ucrânia, a Otan protegeria os territórios hoje sob seu controle e, "depois", negociaria a retomada dos territórios ao leste ocupados pela Rússia de forma "diplomática". O movimento serviria para que fosse viabilizado um cessar-fogo garantindo "que Putin não avançará" em outras regiões de seu país.
"Se quisermos terminar a 'fase quente' da guerra, temos de colocar o território da Ucrânia que temos sob o nosso controle no guarda-chuva da Otan", declarou Zelensky. "Temos que fazer isso rapidamente. E, depois, o território [ocupado] da Ucrânia, a Ucrânia pode recuperá-lo de forma diplomática", disse ainda.
Desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, Zelensky nunca havia sinalizado que aceitaria ceder, ainda que temporariamente, territórios reivindicados pela Rússia.