INTERPOL

Interpol realiza maior operação da história e liberta milhares de vítimas

Investigação, que envolveu mais de uma centena de países, deteve 2.500 pessoas e libertou mais de três mil vítimas de crimes internacionais

Sede da Interpol em Lyon, França.Créditos: Wikimedia commons
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Uma operação massiva coordenada pela Organização Internacional de Polícia Criminal (INTERPOL) — a maior até hoje — foi responsável pela prisão de 2.500 acusados de tráfico internacional de pessoas, principalmente de migrantes, disse a organização em anúncio desta quarta (6).

A iniciativa, denominada "Liberterra II", durou seis dias (de 29 de setembro a 4 de outubro) e envolveu 116 países e territórios. 

Foram 3.222 vítimas resgatadas — dentre essas, menores de idade em situação de trabalho forçado em propriedades rurais da Argentina, migrantes forçadas a se prostituir em discotecas da Macedônia, pessoas em situação de rua no Iraque e trabalhadores domésticos no Oriente Médio.

Além disso, foram identificados pelo menos 17.793 migrantes irregulares.

2.517 prisões foram anunciadas durante as operações, com 850 acusações específicas de tráfico humano ligado a outras formas de crimes.

Em conjunto à Organização Internacional para a Migração (OIM), a INTERPOL identificou pontos de operação aparentemente "normais", que funcionavam como agências de emprego e comércios, mas eram, na verdade, associações para ajudar migrantes ilegais ou auxiliar no tráfico de pessoas para performar trabalho sexual forçadamente.

De acordo com a organização, foram descobertos ainda outros centros de tráfico que operam em ambiente virtual, voltados a operações fraudulentas e à indução de potenciais vítimas. 

No Brasil, informou a organização, uma investigação voltada ao tráfico de drogas descobriu um esquema ulterior de tráfico humano que ajudava a transportar pessoas ilegalmente para os Estados Unidos.

Um armazém que empregava 250 pessoas, a maioria de origem chinesa, foi descoberto e interceptado pelas autoridades nas Filipinas.

Já no Mali, no oeste da África, 24 mulheres de origem togolesa (originárias da República Togolesa, país africano que faz fronteira com Burquina Fasso) foram reconhecidas como vítimas de um esquema comercial fraudulento que prometia emprego.

 Uma seita formada por criminosos que exploravam crianças para trabalho infantil forçado também foi detida na Costa Rica.