No momento em que os Estados Unidos tem diante de si caminhos muito distintos, os repórteres Mike Elk e Fernando Cavalcanti entrevistaram, na cidade de Youngstown, em Ohio, a ativista democrata Brenda Kemble.
Os dois, do site Payday Report, atuam em colaboração com a Fórum no estado decisivo para as eleições de hoje, a Pensilvânia.
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Kemble explicou aos jornalistas como faz campanha de maneira delicada quando encontra indecisos ou que dizem que não pretendem comparecer às urnas nesta terça-feira, 5 de novembro.
A entrevista
Na íntegra, a fala de Brenda:
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Sinto que temos que esperar e espero que as pessoas saiam e cumpram seu dever cívico e votem. Não quero ficar muito entusiasmada ou pensar que é em [Kamala] Harris que estou votando, ou apenas dar como certo que estamos aqui, que vamos vencer.
Vai ser uma disputa acirrada, então estou apenas pesquisando, fazendo ligações, dando às pessoas informações factuais que elas possam ler e tomar suas próprias decisões. É claro que não posso dizer a ninguém como votar, mas posso mostrar fatos verdadeiros.
Então, estou apenas trabalhando e muito preocupada porque será uma disputa acirrada. Alguns decidiram que não iriam votar, e depois que falei com eles sobre a economia e lhes mostrei algumas das informações factuais, comparando Trump a Harris, eles decidiram que iriam votar.
Aqueles que decidiram que não iriam votar, conversei com eles, dei-lhes informações, falei sobre a importância das coisas, perguntei o que é importante para eles. Isso me faz sentir ansiosa, animada e preocupada.
Como eu disse, sei de algumas coisas que poderiam acontecer num governo do presidente Trump e sei do passado dele.
Preocupação
Honestamente, não posso acreditar que ele tenha permissão para escapar [da responsabilidade]. Estou preocupada. Estou simplesmente preocupada com a diferença que isso fará.
Em primeiro lugar, o presidente Trump não tem moral. Ele não nos mostrou nenhuma moral em nada.
Depois da insurreição de 6 de Janeiro, só me preocupa que você queira alguém na Casa Branca para governar este país que promoveu aquilo, alguém que disse que quer o poder total, que jogará os nossos próprios militares contra nós aqui nos Estados Unidos.
Então, estou muito preocupada. Gosto, em primeiro lugar, do fato de Kamala não ter antecedentes criminais, e repudio o fato de Trump ter enchido a Suprema Corte de gente para lhe permitir livrar-se das acusações que recebeu.
Não fosse isso, já estaria na prisão há muito tempo, esperando para ser sentenciado. Ele provavelmente nem teria sido autorizado a sair sob fiança.
Gosto do fato de Kamala não cortar a nossa Previdência Social. Donald Trump quer cortá-la em US$ 35 bilhões. No entanto, ele está na televisão dizendo: não vou cortar, não vou mexer nisso.
Gosto do fato de que Kamala Harris não vai zombar deste país indo ao McDonald's, nem vai degradar os veteranos de guerra, dizendo que os veteranos não são heróis porque estão mortos, zombando dos negros, zombando de todas as raças e imitando crianças com retardo mental.
Volta aos anos 60
Nada disso faz sentido para mim. Por que alguém iria querer o Sr. Trump como presidente? Gosto das coisas que Harris representa, que ela disse que defende.
Donald Trump disse, "torne a América grande novamente". E quando ele diz isso, ele se refere aos anos 60 [do século passado].
Ok, todos nós nos lembramos do que aconteceu nos anos 60. Você quer voltar aos anos 60? Domingo Sangrento [ataque policial à marcha que pedia Direitos Civis para os negros em Selma, Alabama, em 7 de março de 1965], ponte Edmund Pettus [nomeada em homenagem a um líder da Ku Ku Klux Klan], pessoas [negras] lutando para votar. Você quer voltar aos anos 60?