As eleições nos Estados Unidos começam oficialmente à meia-noite desta terça-feira, quando um punhado de eleitores do vilarejo de Dixville Notch, em New Hampshire, poderão votar.
Mas, já existem 77.302.480 votos coletados, de eleitores que se apresentaram antecipadamente ou enviaram suas cédulas pelo correio.
Te podría interesar
O fato de que Kamala Harris está passando o último dia de campanha em quatro eventos distintos na Pensilvânia demonstra que ela aposta tudo em derrotar Donald Trump nos estados industriais de Wisconsin, Michigan e Pensilvânia.
Fazendo isso, liquida a fatura.
Te podría interesar
Os democratas estão muito otimistas de que as mulheres, os jovens, os negros e os hispânicos votarão em massa em Kamala, depois de uma ofensiva de comerciais de campanha através dos quais ela reduziu a vantagem de Trump quando a pergunta é "quem vai lidar melhor com a economia?"
Números ruins
Porém, o voto antecipado este ano na Pensilvânia, em relação a 2020, um ano de pandemia, não sustenta o otimismo dos democratas.
Houve redução de 381.519 votos urbanos e de 450.802 votos femininos, que poderão ser plenamente compensados nesta terça-feira se de fato houver uma onda de entusiasmo.
Tradicionalmente, são os democratas que saem na frente no voto antecipado, com os republicanos correndo atrás no dia da eleição.
Este ano foi diferente.
Em Michigan, mais de 3 milhões de pessoas já votaram, sendo 45% de democratas registrados, 43% de republicanos e 11% de independentes.
Na Geórgia, outro estado decisivo, houve mais de 4 milhões de votos antecipados, sendo 48% de republicanos, 45% de democratas e 7% de independentes.
Dos sete estados considerados pêndulo, os democratas saíram na frente em três nos votos antecipados (Pensilvânia, Wisconsin e Michigan) e os republicanos em quatro (Geórgia, Nevada, Arizona e Carolina do Norte).
Os independentes podem jogar um papel decisivo e segundo um pesquisador republicano estão dando vantagem de 47% a 43% para Trump.
"Assustador"
Foi isso que levou Jim Messina, que gerenciou a campanha de Barack Obama em 2012, a dizer, em uma emissora pró-Kamala:
Da última vez, Trump disse: ‘Não votem antecipadamente’. Agora os republicanos tem uma vantagem nos números de votação antecipada. Quando a votação antecipada chegar, será um pouco diferente de 2020, e isso é assustador.
Estes números combinam com outros, de Tom Bonier, do Target Data, segundo os quais os números de eleitores que já votaram em áreas urbanas caiu muito em relação a 2020. Uma explicação óbvia é a pandemia. Porém, a diferença é massiva.
Em Michigan, por exemplo, estão "faltando" 321 mil votos urbanos e 200 mil votos de mulheres (tradicionalmente de maioria democrata). Por outro lado, houve um aumento de 55 mil votos da zona rural, onde Trump vence por larga margem.
O mesmo está acontecendo em todos os chamados estados-pêndulo.
Em outras palavras, Kamala Harris tem plena chance de vitória, mas depende de um comparecimento nesta terça-feira equivalente àquele obtido por Joe Biden em 2020.
O calcanhar-de-aquiles da vice-presidente é justamente na Pensilvânia, onde Trump avançou nos votos de homens jovens, negros e hispânicos e tem uma desvantagem inferior à média nacional com as mulheres.
A principal dificuldade é que Harris representa o governo de Joe Biden, que tem rejeição consistentemente acima dos 50%, especialmente em questões econômicas.
Não por acaso, o comício final de Kamala na Pensilvânia terá Lady Gaga, Katy Perry e Oprah Winfrey como atrações: o objetivo é gerar entusiasmo para o dia da eleição.
Sem comparecimento acima da média, podem faltar votos para os democratas.