Nesta terça-feira (5), milhões de americanos vão às urnas para escolher entre a continuidade do governo democrata com Kamala Harris ou a volta do extremista de direita Donald Trump (Republicano). As pesquisas mostram um cenário de empate em praticamente todos os estados-chave, o que torna o resultado da eleição praticamente imprevisível.
Caso o republicano vença as eleições, a situação para as esquerdas latino-americanas pode se tornar cada vez mais perigosa. Ao menos é o que indica o Projeto 2025.
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O documento representa uma estratégia abrangente elaborada pela Heritage Foundation, entidade de extrema direita que apoia Trump, com o objetivo de reformular a governança interna e a política externa dos EUA em uma possível nova presidência do republicano.
O plano é tão nefasto que foi renegado por Trump durante a campanha, mas é apontado como o projeto de governo não-oficial em caso de uma eventual vitória da extrema direita.
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A iniciativa inclui planos específicos que podem impactar significativamente a América Latina e os movimentos políticos de esquerda na região.
O primeiro objetivo é fortalecer os movimentos de extrema direita ao redor de toda a região, inclusive através de programas de financiamento como a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), que possui um orçamento anual na casa dos US$ 42 bi. A ideia seria utilizar a entidade para suplementar países governados pela extrema direita e alinhados com Trump.
"Anos de ajuda externa [dos EUA] não conseguiram trazer paz, prosperidade e estabilidade ao hemisfério. A pobreza, a falta de emprego e a agitação social levaram a vitórias eleitorais de esquerda do México ao Chile", afirma o plano.
"Esses regimes são hostis aos interesses americanos e à iniciativa privada, fomentam a corrupção, implementam políticas radicais que empobrecerão ainda mais seus povos e ameaçarão suas democracias, além de estarem mais abertos a estabelecer parcerias com a China comunista", alerta.
A observar pela política externa do primeiro governo Trump, já era possível prever uma postura diferente de sua gestão para com a América Latina.
Ao invés de concentrar esforços de guerra no Oriente Médio ou mirar suas armas contra a Rússia - tônica do governo Biden -, Trump optou por uma retórica anti-América Latina, financiando, por exemplo, movimentos armados contra a Venezuela, ou defendendo intervenções armadas em outros países para conter movimentos de imigração ilegal.
Além disso, Trump tem sido vocalmente contra a desdolarização projetada pelos BRICS, que já está em fase de implementação. O Brasil, que faz parte do bloco e tem defendido o movimento comandado pela ex-presidente Dilma Rousseff, pode ser um dos alvos da nova estratégia ostensiva trumpista para manutenção do poder dos EUA sobre sua histórica zona de influência, a América Latina.