Nas últimas horas partidários de Kamala Harris e Donald Trump estão travando uma verdadeira guerra de pesquisas nas redes sociais, especialmente no X de Elon Musk.
O New York Times, aliás, publicou neste domingo, 3, um artigo acusando Musk de usar seus mais de 200 milhões de seguidores na plataforma para influenciar o pleito.
Te podría interesar
"Ele dirige a conversação diária e empurra as discussões para a direita, de acordo com análise e pesquisa independentes do Times. O engajamento de suas postagens -- incluindo likes e repostagens -- dobrou no último ano, de acordo com as métricas do X", diz o texto.
O jornal afirma que Musk poderá jogar um papel decisivo na contestação dos resultados.
Te podría interesar
No sábado, de maneira dramática, o diário publicou um editorial ocupando uma página inteira, denunciando Trump:
O Sr. Trump usará o governo para perseguir oponentes. Ele buscará uma política cruel de deportações em massa. Ele causará estragos para os pobres, para a classe média e para os empregadores. Um outro mandato de Trump prejudicará o clima, destruirá alianças e fortalecerá autocratas.
Hoje, o Times publicou a pesquisa final, produzida pelo instituto Siena, sobre os sete estados considerados decisivos.
O Siena tem ótima reputação nos EUA.
De acordo com os números, Kamala está na frente em Nevada, Carolina do Norte, Wisconsin e Geórgia, sempre dentro da margem de erro.
Há empate em Michigan e na Pensilvânia.
Trump vence no Arizona, fora da margem de erro.
O Times notou, na cobertura, que em sua pesquisa anterior Kamala Harris tinha 4 pontos de vantagem na Pensilvânia, considerado O estado decisivo. Hoje, há empate.
Se vencer na Pensilvânia, Wisconsin e Michigan -- onde passou o dia hoje -- Kamala Harris será eleita.
Como o voto não é obrigatório nos EUA, as pesquisas são muitas vezes usadas por partidários para "desmotivar" os adversários.
Contraponto
O próprio Donald Trump, no entanto, disseminou no X a pesquisa final do instituto que mais acertou nos EUA em 2020: o AtlasIntel.
Pelo levantamento, feito nos dias 1 e 2, o republicano está na frente nos sete estados decisivos, com vantagem de 6,5% no Arizona, fora da margem de erro.
Na Pensilvânia, Trump teria vantagem de 1,8%.
De maneira surpreendente, o AtlasIntel sustenta que Trump tem vantagem de 49% a 47,2% no voto popular.
Já pesquisadores ligados à direita, como Mark Mitchell, do Rasmussen Reports, estão prevendo vitória esmagadora de Trump, na escala da primeira vitória de Ronald Reagan, em 1980.
Mitchell argumenta que Trump pode virar os estados de Virgínia, New Hampshire, Novo México e Minnesota, o que mudaria o mapa político dos EUA.
Guerra civil?
O problema de pesquisas fora da curva é que elas alimentam as teorias de conspiração de que haverá fraude na contagem dos votos.
Hoje, em comício na Pensilvânia, Donald Trump gastou tempo significativo de sua fala denunciando fraude.
Nas últimas semanas, Trump descreveu 13 formas através das quais os democratas tentariam roubar a eleição.
A principal é de que imigrantes ilegais cuja entrada teria sido permitida nos EUA pelo governo Biden/Harris vão votar nos democratas. O voto de ilegais é proibido por lei e não há registro que tenha acontecido de maneira significativa na História.
Depois da derrota em 2020, Trump chegou a dizer que 18 mil mortos votaram no estado de Michigan e 5 mil na Geórgia.
Na Geórgia, o número verdadeiro foi de 4 mortos (familiares votaram em nome deles). Num caso específico, a esposa cumpriu a vontade final do marido, que morreu antes da eleição, depois de receber a cédula para enviar pelo correio. A mulher, que votou em Biden, atendeu à intenção do marido e marcou o voto dele em Trump.
Há grande preocupação, em caso de derrota de Trump, que os partidários dele promovam uma onda nacional de violência, uma vez que ele não será mais candidato e a sobrevivência do trumpismo dependeria de algum herdeiro, provavelmente o filho Eric.